No Porto, no balanço do quarto e último dia de greve dos professores, protesto que hoje se realiza na região norte e Açores, o secretário-geral Nacional da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, referiu que a adesão foi boa e que centenas de escolas fecharam por todo o país.
As próximas semanas serão de “conversação, diálogo e negociação” e, caso a resposta do Governo seja “mais da mesma”, os professores irão partir para outras formas de luta, nomeadamente para uma “grande manifestação de rua”, revelou.
“Se chegarmos ao primeiro dia do terceiro período letivo [9 de abril] sem respostas ou com as mesmas respostas, nesse dia, iremos conversar e anunciar o que vamos fazer a seguir, sendo certo que, se o Governo não tiver disponibilidade para ouvir os professores através dos representantes nas mesas de negociações, vai ouvi-los na rua, isso não temos dúvidas, provavelmente numa grande manifestação de pessoas”, vincou.
Mas, antes disso, Mário Nogueira referiu que, nas próximas três semanas, período de paragem escolar devido à Páscoa, as organizações sindicais vão reunir-se individualmente com os diferentes grupos parlamentes e com o ministro da Educação e, em conjunto, com o primeiro-ministro e o Presidente da República.
“O que vai acontecer é uma janela de oportunidades que todos vamos dar uns aos outros, esperamos que até 09 de abril seja possível conversar, negociar e encontrar caminhos para resolver os problemas atuais”, frisou.
O líder sindical salientou que o primeiro-ministro, António Costa, disse na Assembleia da República, na quinta-feira, que a atual proposta de só recuperar parte do tempo de serviço era a “proposta neste momento”, por isso, Mário Nogueira espera que o momento seguinte seja o do “reconhecimento integral”.
O secretário-geral da Fenprof reforçou que os professores não querem que as soluções sejam “já para amanhã e todas de uma vez” porque há um peso orçamental que tem de ser ponderado.
“Se for esse o problema podemos negociar o prazo, ritmo, forma, mas há coisa que não se negoceia, mas conta-se que é o tempo de serviço”, sustentou.
A posição dos professores é clara e a sua insatisfação é “muito grande”, recordou, sublinhando que esta situação pode criar muita instabilidade nas escolas.
A greve de professores, que sob a forma de paralisações regionais percorreu todo o país, termina hoje, com a paralisação das escolas do norte e da região autónoma dos Açores.
A sua principal motivação é a falta de consenso sobre a contagem de todo o tempo de serviço, no processo de descongelamento das carreiras da Função Pública.
A tutela admite descongelar dois anos e dez meses de tempo de serviço aos docentes, mas estes não desistem de ver contabilizados os nove anos e quatro meses, embora admitam um processo faseado.
A greve foi convocada pelas dez estruturas sindicais de professores que assinaram a declaração de compromisso com o Governo, em novembro, entre as quais as duas federações - Federação Nacional de Educação (FNE) e Fenprof - e oito organizações mais pequenas.
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