Maxwell, de 59 anos, é acusada de preparar menores de idade para serem exploradas sexualmente pelo seu companheiro, o milionário Jeffrey Epstein, que se suicidou há dois anos enquanto aguardava o seu próprio julgamento.

A ré declarou-se inocente de seis acusações de aliciamento de menores com fins sexuais.

A primeira testemunha chamada pela defesa foi Cimberly Espinosa, que disse ter sido contratada em outubro de 1996, então com 28 anos, para trabalhar como auxiliar administrativa com a equipa jurídica de Epstein. Depois de um mês, a testemunha tornou-se assistente de Maxwell e trabalhou para ela durante seis anos, até o verão de 2002.

Espinosa assegurou que Maxwell era "exigente", mas que "gostava do desafio" de trabalhar com ela em tarefas como organizar reuniões, agendar telefonemas e fazer reservas para jantar.

A mulher foi interrogada sobre outra testemunha do caso, apresentada sob o pseudónimo "Jane", que declarou ter sido recrutada por Maxwell num acampamento de verão quando tinha 14 anos.

"Jane" disse que os encontros sexuais com Epstein tornaram-se rotina, com a presença de Maxwell em alguns deles.

A esse respeito, Espinosa testemunhou que "Jane" ia regularmente ao escritório e que sentia que ela tinha uma "relação amorosa" com Epstein. Além disso, a mãe da jovem também ia ao escritório e referia-se à filha como a "afilhada" de Epstein.

Espinosa acrescentou que assim que começou a trabalhar para Epstein em 1996, pensou que ele e Maxwell "eram um casal". "Eles eram um pouco engatatões", explicou.

No entanto, nos últimos anos no cargo, Espinosa relatou que eles "se tinham separado". "Ghislaine começou a sair com outros homens", afirmou.

Por outro lado, Espinosa afirmou que Epstein traía Maxwell com outra mulher, que o visitava regulamente no escritório. A testemunha acrescentou que muitas mulheres que o visitavam aparentavam ter 18 anos.

A defesa de Maxwell pretende desafiar as lembranças e testemunhos das quatro acusadoras, chamando a psicóloga Elizabeth Loftus, especialista em "lembranças falsas".

A defesa informou que planeia chamar 35 testemunhas no processo.

Maxwell, filha do falecido empresário de media Robert Maxwell, pode ser condenada à prisão perpétua se for condenada.