A empreitada, incluída no Plano Geral de Drenagem de Albufeira, hoje apresentado, está orçada em 15 milhões de euros e deverá avançar em 2017, prevendo-se que fique concluída no prazo de dois anos, disse aos jornalistas o presidente da Câmara de Albufeira (distrito de Faro), Carlos Silva e Sousa.
Segundo o autarca, a saída do túnel - que terá um diâmetro de cinco metros e uma extensão de 1,5 quilómetros - vai ficar acima do nível máximo das marés "e também acima daquilo que se prevê que seja a subida do mar devido às alterações climáticas, até ao final do século, que são cerca de 70 centímetros".
Considerada como prioritária, a construção do Túnel Parque Urbano - Oceano será a primeira fase de um plano de intervenções que ainda não está fechado e que, prevê, numa segunda fase, a realização de obras complementares, à superfície.
A inclinação do novo túnel permitirá que a água da chuva se desloque a uma velocidade de 100 metros cúbicos por segundo, canalizando-a diretamente para o oceano, sem perturbar a zona urbana, disse José Saldanha Matos, que desenvolveu o plano.
Segundo o professor catedrático do Instituto Superior Técnico, esta grande obra de construção de um túnel que desvie a ribeira de Albufeira e que liberte as zonas baixas da cidade é "prioritária", embora não resolva "todos os problema do concelho".
De acordo com o responsável, o plano deverá estender-se por 15 anos, incluindo intervenções de curto prazo disseminadas por todo território, para o período 2017-2020, e outras de longo prazo, para o período 2020-2030, num total estimado de investimento entre 30 a 40 milhões de euros.
O túnel atualmente existente para o mesmo fim, embora com menor capacidade, deverá também ser aproveitado no âmbito do plano da Câmara de Albufeira para evitar as consequências catastróficas de uma grande cheia.
A intempérie de 1 de novembro de 2015 afetou sobretudo a baixa de Albufeira, onde, em alguns casos, a água atingiu 1,80 metros de altura, causando danos na via pública e prejuízos de milhares de euros a comerciantes e empresários.
Segundo Carlos Silva e Sousa, a forma de financiamento "ainda não está totalmente definida", mas a autarquia tem o dinheiro "para iniciar a obra e concluí-la, se for necessário, só com finanças locais".
Contudo, o autarca assume que a Câmara vai tentar recorrer a fundos europeus ou do Estado "para sacrificar o menos possível" os cofres municipais.
A obra, projetada por uma equipa liderada por José Saldanha Matos, conta com o acompanhamento da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC).
Em outubro, o Ministério da Administração Interna (MAI) disponibilizou, através da sua Conta de Emergência, um montante de 135.000 euros para cobrir prejuízos resultantes das cheias que atingiram a cidade em novembro passado.
Em março, o ministro da Economia tinha estado em Albufeira para apresentar duas linhas de crédito, uma de 3,5 outra de 4 milhões de euros, para apoiar a revitalização dos setores do Comércio e Turismo do concelho.
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