“Como é que é possível estarmos a assistir, em 2021, que se pratique preços numa carreira regular de transporte de aviação, de 900 e tal quilómetros, de 1.083 euros? É assim que se promove o turismo nacional? É assim que se promove a mobilidade dentro de território nacional?”, salientou Miguel Albuquerque, durante a sua intervenção nas jornadas parlamentares da maioria PSD/CDS-PP sobre o orçamento regional para o próximo ano.

“O que é que se passa? Ninguém é responsável por coisa nenhuma? O que é que o senhor Presidente da República tem a dizer sobre isto? O que é que o senhor primeiro-ministro que ainda está em funções tem a dizer sobre esta pouca-vergonha?”, insistiu o chefe do executivo regional na sessão que decorreu na Assembleia Legislativa da Madeira.

O presidente do Governo madeirense, de coligação PSD/CDS-PP, criticou que a TAP, “nacionalizada pelos comunistas e por este desgraçado Governo socialista” pratique “valores de passagem superiores a 1.083 euros” para a Madeira, acusando a Autoridade Nacional da Aviação Civil e da autoridade da concorrência de nada fazerem “para acabar com esta pouca-vergonha”.

Numa intervenção marcada sobretudo por críticas ao Governo central, Albuquerque disse esperar que a dissolução da Assembleia da República “tenha como consequência a instalação de uma alternativa política para Portugal retomar um novo ciclo de crescimento económico, de aproximação do seu rendimento com os seus parceiros e de inversão desta degradação e desta venezuelização do regime”.

“Gostaria também de chamar à atenção para uma realidade que é patente e que é evidente desde há seis anos. Este governo, péssimo, do Partido Socialista teve e continua a ter uma obsessão histérica, esquizofrénica com a Madeira no sentido de introduzir todas as medidas para prejudicar os madeirenses”, considerou.

Albuquerque deu como exemplo o requerimento do PS na Assembleia da República “para retirar da ordem de trabalhos um diploma que autorizava que as empresas que se queriam sediar no Centro Internacional de Negócios da Madeira o podiam fazer a partir de janeiro do próximo ano”.

“Ou seja, sem qualquer fundamento e sem qualquer justificação política, a não ser a penalização da Região Autónoma da Madeira e do país […], impediu-se que isso voltasse a acontecer, prejudicando mais uma vez os madeirenses na sua receita fiscal e, obviamente, a dinâmica económica do nosso país e da nossa região”, lamentou.

Miguel Albuquerque sublinhou ainda que a Madeira tem “um conjunto de problemas para resolver” que só podem ser ultrapassados com “uma boa representação parlamentar dentro da Assembleia da República”.

“É fundamental que as forças políticas que defendem os madeirenses, a autonomia, o desenvolvimento integral da Madeira, sejam reforçadas e tenham força junto das instâncias nacionais”, vincou o também líder do PSD regional.

As eleições legislativas, antecipadas na sequência do chumbo do Orçamento do Estado para 2022 e da dissolução da Assembleia da República, estão agendadas para 30 de janeiro.