Na terça-feira, a Assembleia da República aprovou, apenas com a abstenção do Chega, um projeto de resolução do PS que recomenda ao Governo que lance o concurso para o primeiro troço da linha de alta velocidade entre o Porto e Lisboa até ao fim de janeiro, que teve votos favoráveis de todos os restantes partidos.
“Este projeto avançou mesmo comigo no Governo. Ele foi apresentado comigo no Governo, foi todo preparado ainda eu era ministro, e continuou os trâmites dentro do Governo, que teriam sempre de ser percorridos. E agora é que há condições para ser lançado o concurso e apresentar a candidatura dentro do prazo”, declarou o secretário-geral do PS aos jornalistas, no Palácio de Belém, em Lisboa, onde hoje foi recebido pelo Presidente da República.
Segundo Pedro Nuno Santos, que foi ministro das Infraestruturas entre 2019 e 2022, sucedendo nessa pasta a Pedro Marques, “a alta velocidade era um tabu” nos planos para a ferrovia: “Ninguém falava de alta velocidade, era impensável falar-se de alta velocidade, e inclusivamente ainda durante o nosso Governo não era esse o projeto para a ligação Lisboa-Porto”.
“Foi já comigo a ministro que nós recuperámos um projeto que é essencial para estruturar a rede ferroviária nacional. É agora que há condições, há um programa europeu que permite financiar, e esperamos que o Governo avance com o concurso, porque isso dará mais possibilidades à candidatura portuguesa de vencer, de conseguir os fundos”, acrescentou.
Quanto ao andamento do processo depois de ter deixado o Governo, ressalvou que “os processos levam o seu tempo” e contestou a ideia de que “era suposto estarem todos os problemas estarem resolvidos” em oito anos de governação do PS: “Não funciona assim a vida política, os problemas vão sendo resolvidos, há novos problemas que vão surgindo”.
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