Falando aos jornalistas momentos após ter aterrado no Aeroporto Internacional 04 de Fevereiro, em Luanda, onde hoje dá início a uma visita oficial de dois dias a Angola, Costa salientou o "muito" que, nas relações económicas bilaterais, se pode fazer numa área em que o nível é já "muito intenso".
"Há muito que podemos e devemos fazer em conjunto a nível das relações económicas entre os nossos países, que é muito intenso. Angola tem a grande missão de diversificar a sua base económica, de substituir pela produção muitas das suas importações", afirmou.
"E isso é uma oportunidade também para muitas empresas portuguesas poderem explorar. Estamos a criar um conjunto de instrumentos para que os agentes económicos dos dois países possam investir cá e lá. O acordo para evitar a dupla tributação é um caso, a remuneração e o alargamento da linha de crédito é outro caso, mas há vários objetivos nesta viagem", acrescentou o chefe do Governo português.
Questionado sobre se a visita a Angola, que se prolonga até ao final do dia de terça-feira, pode constituir um virar de página nas relações entre os dois países, António Costa respondeu que o foco é o futuro.
"É a continuação de uma história longa, mas, como tenho dito, acho que cada vez é mais importante termos a noção de que liga-nos mais o futuro do que o passado. É concentrarmo-nos no futuro e é no futuro que temos de estar", afirmou.
Na visita a Angola, António Costa, que foi recebido no aeroporto de Luanda pelo ministro das Relações Exteriores angolano, Manuel Augusto, tem por objetivo retomar rapidamente os níveis anteriores a 2014 nas relações económicas e normalizar os contactos bilaterais político diplomáticos.
Com António Costa viajaram também os ministros dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e da Agricultura, Capoulas Santos, assim como os secretários de Estado Teresa Ribeiro (Negócios Estrangeiros e Cooperação), Eurico Brilhante Dias (Internacionalização) e Ricardo Mourinho Félix (Adjunto e das Finanças).
Acompanham também o primeiro-ministro português, os presidentes dos cós conselhos de administração da agência Lusa, Nicolau Santos, e da RTP, Gonçalo Reis.
Hoje, primeiro dia da visita, que coincide com um feriado (o Dia do Herói Nacional, o programa de António Costa terá sobretudo uma componente económica, estando previsto um encontro à porta fechada com empresários portugueses que operam no mercado angolano.
Além do encontro com empresários, o primeiro-ministro terá também visitas com significado histórico, como a deslocação à Fortaleza de Luanda, onde está o recém-recuperado Museu Nacional de História Militar.
Na parte da tarde, o primeiro-ministro tem ainda previsto um passeio pela Baía de Luanda e termina o dia com um encontro com a comunidade portuguesa residente na capital angolana.
Um encontro que decorrerá no Centro Cultural Português e que ocorrerá depois de visitar a obra do hospital maternoinfantil da Camama, que está a cargo da empresa portuguesa Casais, num projeto avaliado em 194 milhões de dólares (cerca de 166 milhões de euros).
Na terça-feira, após a reunião, marcada para as 11:00 locais (mesma hora em Portugal), entre o Presidente de Angola, João Lourenço, e o primeiro-ministro português, os dois governos deverão assinar cerca de uma dezena de acordos, entre os quais uma convenção para o fim da dupla tributação e um memorando para a progressiva regularização de dívidas de entidades públicas angolanas a empresas portuguesas, cujo montante global se estima entre os 400 e os 500 milhões de euros.
Os governos de Lisboa e de Luanda vão ainda ampliar linhas de crédito, estabelecer um plano de cooperação no setor da agricultura e assinar um Programa Estratégico de Cooperação 2018/2022.
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