“Profundamente entristecido pelas notícias desta manhã do acidente aéreo na Etiópia, reclamando a vida de todos a bordo”, afirmou hoje, numa mensagem na rede Twitter, cerca das 18:00 em Lisboa.
“As minhas sinceras condolências às famílias e próximos de todas as vítimas — incluindo a nossa equipa das Nações Unidas — que faleceram nesta tragédia”, disse ainda.
O porta-voz de António Guterres não adiantou informações sobre as vítimas, mas afirmou que a Organização das Nações Unidas está a trabalhar com as autoridades etíopes.
O alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi, afirmou, num comunicado, que entre as vítimas do acidente aéreo se encontravam funcionários do ACNUR, agência da ONU que lidera.
“Estamos a trabalhar para confirmar quantos colegas do ACNUR estavam entre aqueles que estavam a bordo do voo trágico. Estamos a seguir os nossos procedimentos para informar as famílias e as assistir neste momento devastador e doloroso”, referiu Grandi na mesma declaração.
O ACNUR “sofreu hoje uma grande perda”, lamentou o alto comissário, que mencionou ainda que “colegas de outros parceiros” também estavam a bordo.
O avião partiu da capital etíope, Adis Abeba, e tinha destino a capital do Quénia, Nairobi, ambas cidades que são importantes centros para trabalhadores humanitários.
Também o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, transmitiu hoje “total solidariedade” ao Governo e ao povo da Etiópia.
“É com choque e uma enorme tristeza que soube do acidente do voo #ET302 esta manhã, com destino a Nairobi. As nossas orações estão com as famílias dos passageiros + tripulação enquanto as autoridades procuram sobreviventes”, afirmou o líder da União Africana, cuja sede se localiza na capital etíope, Adis Abeba, numa mensagem publicada na rede social Twitter.
As autoridades etíopes já confirmaram que não houve sobreviventes.
“Também expresso a nossa total solidariedade com o Governo e o povo da Etiópia”, disse Moussa Faki Mahamat.
O parlamento etíope já declarou uma jornada de luto nacional para segunda-feira em memória das vítimas do acidente aéreo, anunciou o primeiro-ministro, Abiy Ahmed, também no Twitter.
O Ministério Público francês anunciou entretanto a abertura de uma investigação sobre o acidente, em que morreram oito nacionais franceses, um procedimento habitual quando morrem cidadãos franceses no estrangeiro.
O Governo português não dispõe de informações que indiquem a existência de vítimas nacionais no acidente aéreo com um avião da Ethiopian Airlines que hoje fez 157 mortos, indicou à Lusa fonte do gabinete do secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro.
A mesma fonte precisou que as autoridades portuguesas acompanharam durante o dia de hoje os desenvolvimentos deste acidente na Etiópia, sem sobreviventes, através de contactos com as embaixadas de Portugal em Adis Abeba (Etiópia) e no Quénia, mas também com as autoridades locais e com outras representações diplomáticas, nomeadamente ao nível dos países da União Europeia (UE), acreditadas no território etíope.
Segundo a lista atualizada da Ethiopian Airlines, as 157 pessoas (149 passageiros e oito tripulantes) que morreram no acidente eram provenientes de 35 países, alguns do continente africano, mas também vários da Europa, como Itália, França, Reino Unido, Alemanha ou Espanha.
Entre as vítimas mortais do acidente consta uma pessoa de Moçambique, Estado-membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
De acordo com as informações avançadas, o acidente com o avião da Ethiopian Airlines, um Boeing 737-8 MAX, terá ocorrido às 08:44 (horas locais), cerca de seis minutos após a descolagem do aeroporto da capital da Etiópia, altura em que o aparelho desapareceu dos radares.
O aparelho caiu numa zona chamada Hejeri, perto da cidade de Bishoftu, a cerca de 42 quilómetros a sudeste da capital da Etiópia e onde fica a sede da maior base da Força Aérea etíope.
As causas do acidente ainda não são conhecidas.
A Ethiopian Airlines anunciou, entretanto, que a companhia aérea, as autoridades etíopes, o fabricante Boeing e outras partes interessadas vão colaborar numa investigação para descobrir as causas do acidente.
O acidente de hoje ocorreu cerca de cinco meses depois de um outro Boeing 737-8 MAX da companhia Lion Air ter caído na Indonésia cerca de 12 minutos após a descolagem e por causa de falhas técnicas, de acordo com os dados recolhidos de uma das caixas negras do aparelho.
O acidente ocorrido em outubro de 2018 provocou a morte de 189 pessoas.
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