Ao oitavo dia de campanha a esquerda chamou antigos líderes partidários, o Presidente votou em Lisboa e a comitiva do PS registou um "incidente" em Guimarães.

Em dia de voto antecipado, Marcelo Rebelo de Sousa salientou que "a resposta dos portugueses foi muito boa", destacando as vantagens desta forma de votar como "um instrumento para combater a abstenção". Pediu ainda que se pondere o voto eletrónico e o fim do dia de reflexão, deixando também um apelo aos portugueses para não deixarem aumentar a abstenção numa "democracia que celebra 50 anos".

Já em campanha, o PS registou uma receção calorosa em Guimarães, como tem sido habitual com anteriores líderes socialistas na cidade, mas alguns dos seus apoiantes estiveram envolvidos num incidente: durante uma arruada, um homem atirou de uma varanda de um primeiro andar um vaso contra o desfile do PS, depois de ter inicialmente insultado e feito gestos obscenos aos militantes e simpatizantes socialistas, que lhe atiraram uma bandeira e um guarda-chuva.

Em reação a este incidente, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, defendeu que é fundamental haver serenidade e "respeito pela visão dos outros" em momento de campanha eleitoral, um dos "momentos altos da democracia".

Por Lisboa, quem se juntou à campanha da CDU foi o antigo secretário-geral do PCP Jerónimo de Sousa, para afirmar a importância de concretizar convergências e garantiu que não haverá qualquer dificuldade da parte dos comunistas para esse cenário.

“Considero que da parte do PCP e da CDU não haverá qualquer dificuldade em alcançar convergências em torno da defesa dos salários, da Segurança Social, do Serviço Nacional de Saúde, da habitação, sei lá quantas causas podem juntar esses democratas e patriotas na procura de uma vida melhor”, disse.

Também na capital, o Bloco de Esquerda trouxe Catarina Martins. A antiga coordenadora bloquista respondeu ao discurso da véspera do ainda primeiro-ministro, António Costa, e a ideia que defendeu de que o jogo foi interrompido antes do fim, numa alusão à queda do Governo a meio da legislatura.

“Quem não sabia há já um ano que havia uma degradação acelerada (…) O jogo começou a acabar no momento em que houve uma maioria absoluta”, criticou.

Usando uma expressão também de António Costa, mas sem o nomear, Catarina Martins apontou ao PS quando se refugia na ideia de que “a direita fará pior” se estiver no poder e deixou a pergunta: “é poucochinho, não é?”.

Para a antiga líder bloquista, nestas eleições não basta o ‘mesmismo’, sendo preciso a “força de esquerda para abanar o barco”.

“Este discurso absurdo de anunciar que está tudo bem é um discurso que faz murchar a democracia. Tantos anúncios, tão poucas respostas”, criticou, numa alusão ao PS.

Considerando que é preciso “uma maioria à esquerda” e que esta só existe “com uma esquerda forte no parlamento”, Catarina Martins deixou um aviso sobre o que acontece “um pouco por todo o país”.

“Ou elege o Bloco ou a direita, ou elege o BE ou não elege a esquerda. É assim em tantos distritos do país. O voto que serve é o voto que elege e o voto que elege é o Bloco de Esquerda”, enfatizou.

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