Harris, de 59 anos, enfrentará uma disputa acirrada com o republicano Donald Trump para vencer as eleições de 5 de novembro.

"Nomearam-nos, ao treinador [Tim] Walz e a mim, para sermos os próximos vice-presidente e presidente dos Estados Unidos", disse Kamala numa transmissão televisiva de Milwaukee, cidade vizinha a Chicago, onde esteve nesta terça-feira para participar de um ato de campanha.

"Estamos tão honrados de ser os seus indicados", acrescentou. "Esta é uma campanha do povo, e juntos vamos abrir um novo caminho adiante. A todos, em Chicago e nos Estados Unidos: Obrigada."

O evento de Kamala, vestida num impecável fato azul, foi realizado na mesma arena em que, no mês passado, seu rival, Donald Trump, foi oficializado pela Convenção Nacional Republicana.

A vice-presidente, que revitalizou a campanha democrata, lotou a arena com capacidade para 18 mil pessoas numa demonstração de força que segue de perto os passos de Trump.

Uma mudança considerável em comparação com a campanha de Biden, que não atraía grandes multidões.

Nesta terça-feira, o seu marido, Doug Emhoff, o primeiro segundo-cavalheiro da história dos Estados Unidos, terá a tarefa de pintar um retrato pessoal, humano, da candidata.

"Eu amo-te e estou tão orgulhoso de como assumiste essa responsabilidade por todos nós", deve dizer Emhoff, de acordo com uma parte do seu discurso divulgado pela campanha.

"Ela fez isso por mim e pela nossa família. Agora que o país precisa dela, está a mostrar o que já sabíamos: está pronta para liderar, ela assume essa tarefa com alegria e força, e será uma grande presidente da qual todos teremos muito orgulho."

"Espetacular"

Mas o ponto alto da noite será uma das duplas mais influentes da política americana.

O ex-presidente Barack Obama e sua mulher Michelle devem inundar com o seu carisma o United Center, onde dezenas de milhares de democratas se reúnem esta semana para aplaudir sua candidata e sonhar com a vitória.

"É bom estar em casa, em Chicago", escreveu Obama no X, chegando à fastuosa convenção democrata duas décadas após seu primeiro discurso na Convenção, quando era senador por Illinois e encantou os presentes com palavras esperançosas sobre um futuro de unidade.

Agora, lembrará aos americanos "o que está em jogo nesta eleição" e porque, na sua opinião, é necessário eleger Kamala.

Há grande expectativa entre os democratas. O primeiro presidente negro dos Estados Unidos chega para defender a candidatura daquela que pode ser a primeira mulher a assumir as rédeas do país.

Para muitos, a empolgação em torno de Kamala lembra a emocionante corrida de Obama para a Casa Branca em 2008.

"Foi o mais espetacular", disse Lorraine Saulino-Klein, delegada da Flórida que esteve presente no evento em 2008. "E espero que esta noite seja ainda mais espetacular."

A vice-presidente estreou na convenção na noite de segunda-feira, logo antes do emotivo e enérgico discurso de despedida de Biden, que foi ovacionado de pé por vários minutos.

"Estados Unidos, eu dei o melhor de mim", disse o presidente, que se despediu da audiência e deu um abraço em Kamala, simbolizando a transição geracional do partido e a passagem do bastão.