"Estamos fora da UE e é uma vitória gloriosa", escreveu o Daily Express, favorável ao Brexit. "Foi o dia no qual o povo tranquilo do Reino Unido se revoltou contra uma classe arrogante e desconectada e a elite em Bruxelas", escreveu o eurocético Daily Mail. "Numa magnífica afirmação de autoconfiança e caráter, a mensagem que enviou à elite foi: estamos fartos de que nos desprezem e nos ignorem em questões que são muito importantes para nós", acrescentou o Daily Mail.

O Daily Telegraph saudou "o nascimento de um novo Reino Unido" na sua manchete. "O 23 de junho de 2016 será recordado sempre como o dia em que os britânicos votaram a favor de recuperar o controlo do seu próprio país". Já o Daily Mirror perguntou na manchete: "Que raio acontece agora"?

O The Guardian foi lacónico: "Acabou. E fora", sobre uma fotografia do primeiro-ministro, David Cameron, que anunciou a demissão. "O país embarcou numa perigosa viagem na qual a nossa política e a nossa economia vão sofrer transformações", adverte o The Guardian no seu editorial. "Isto exigirá um debate sobre as nossas alianças que não fazemos desde que a crise do Canal de Suez (em 1956) impôs uma realidade pós-imperial ao Reino Unido".

O The Sun concentrou-se na decisão de Cameron de se demitir, após defender a permanência na UE. "Porque é que havia de ser eu a fazer a m**** do trabalho mais difícil?"? Aparentemente, Cameron fez esta pergunta a um conselheiro, ao explicar a sua decisão de partir para não ter que liderar o trabalho de tirar o país da UE. O jornal atribuiu o resultado do referendo "à raiva das classes trabalhadoras". "Foi um grito de raiva face à crescente desesperança das suas vidas, das suas comunidades descuidadas e das diferenças entre eles e as classes ricas e governantes".

Os jornais escoceses comentavam a possibilidade de um novo referendo sobre a independência da região, que na quinta-feira votou pela permanência na UE, ao contrário de Inglaterra e País de Gales. A manchete do Scottish Daily Mail foi: "O Reino Desunido".