Já o dirigente da Associação Nacional dos Transportadores em Automóveis Ligeiros (ANTRAL) disse aos jornalistas que os taxistas vão ficar no local "por tempo indeterminado", até que o Governo resolva a situação.
"Houve algumas coisas que o Governo disse estar recetivo a aceitar, mas a questão dos contingentes não está fixada", acrescentou Florêncio Almeida.
Em declarações à agência Lusa, Florêncio Almeida garantiu: "A gente não vai arredar pé daqui enquanto o senhor ministro ou alguém do Governo venha, pelo menos, comprometer-se connosco".
"Nós estamos aqui para negociar, porque nós não queremos estar aqui parados. Estão aqui muitos homens que precisam de ganhar dinheiro para o sustento das suas famílias", salientou.
Questionado sobre a possibilidade de manter a paralisação na rotunda do Relógio durante o prazo por si fixado para as negociações, de 15 dias, o representante salientou que "a vontade será deles", os taxistas que se estão a manifestar.
"Enquanto eles quiserem, eu, como presidente da ANTRAL, fico aqui com eles", adiantou.
Fazendo um paralelismo, Florêncio Almeida assinalou que "os retornados quando vieram do Ultramar estiveram 55 dias em frente à Assembleia da República e venceram".
Neste caso, "estamos aqui de peito aberto para estar o tempo necessário", reforçou.
Por seu lado, Carlos Ramos, da Federação Portuguesa do Táxi, vincou: "Vamos dormir aqui, vamos montar umas tendas".
Os profissionais do setor estão em luta contra a regulação, proposta pelo Governo, da atividade das plataformas de transportes de passageiros como a Uber ou a Cabify e tinham como destino a Assembleia da República, mas pararam o protesto na zona do aeroporto de Lisboa após incidentes na rotunda do Relógio.
Entretanto, o diretor-geral da Cabify Portugal considerou hoje, a propósito da proposta do Governo para regular a atividade das plataformas de transportes de passageiros, que a "liberalização" pode ter "efeitos perversos".
Referindo-se a estas declarações, Florêncio Almeida disse serem "bem-vindas".
"Acho que o bom senso tem de imperar e, nesse aspeto, a Cabify está a ter uma posição muito aceitável para que possamos negociar", assinalou.
Na sua ótica, o problema reside na atuação da Uber: "A outra plataforma foi a primeira que apareceu em Portugal e teve o acarinhamento de muitos políticos. E estes políticos, com certeza que prometeram algo a essa plataforma e, se calhar, agora também é difícil recuar".
Já quanto à manifestação iniciada de madrugada, admitiu que "os efeitos até este momento não estão a ser nenhuns".
"Não é nossa intenção prejudicar ninguém, a nossa intenção é resolver os nossos problemas. Se ainda não foram resolvidos, não podemos estar satisfeitos, porque estamos a prejudicar a população da cidade de Lisboa e não é isso que a gente quer", adiantou.
Os representantes das associações de taxistas, Florêncio Almeida, da ANTRAL, e Carlos Ramos, da Federação Portuguesa do Táxi, saíram, cerca das 15:30, do Ministério do Ambiente, onde estiveram reunidos com o ministro João Pedro Matos Fernandes desde o final da manhã.
As plataformas Uber e Cabify permitem pedir carros descaracterizados de transporte de passageiros através de uma aplicação para ‘smartphones', mas os operadores que a elas estão ligados não têm de cumprir os mesmos requisitos - financeiros, de formação e de segurança - do que os táxis.
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