Numa entrevista ao jornal Público e à Rádio Renascença em vésperas da discussão do estado da Nação, Augusto Santos Silva disse que as próximas eleições europeias “vão ser muito importantes no plano europeu e interno”.
“O recrudescimento de forças xenófobas e populistas é real. Tem importância no plano nacional porque as europeias serão cinco meses antes das legislativas. Será um teste interessante porque será uma área em que as posições dos partidos que apoiam o atual Governo serão muito diferentes, senão contraditórias. Mas estou seguro que procederão na campanha das europeias de forma a não enfraquecer a atual solução política”, disse.
Augusto Santos Silva, reforçou que está “seguro” que os partidos que apoiam o Governo não vão enfraquecer a política portuguesa a nível europeu na campanha para as próximas eleições europeias.
O ministro defende que a renovação da atual solução política, “exigirá certamente um nível de comprometimento nessa solução que será superior àquela que se verifica neste mandato.
Na opinião de Augusto Santos Silva, um novo acordo tem de significar “um avanço no que diz respeito a políticas estruturais que o país precisa no domínio do território, ambiente, transição energética, política económica e também na política externa e europeia”.
Nesta entrevista, o governante mostrou-se muito preocupado com o “impasse” na negociação com do “Brexit”.
“Conheço bem a vitalidade da democracia britânica para não ter nenhuma preocupação. Estou, sim, muito preocupado com a negociação do ‘Brexit’. O referendo foi em junho de 2016 e ainda não sabemos o que o Governo britânico realmente quer. O risco de chegarmos a outubro com a negociação bloqueada como está a gora é um risco real. Temos de ter um acordo”, frisou.
De acordo com Augusto Santos Silva, a pior coisa que podia acontecer era chegar ao dia 29 de março de 2019, dia em que formalmente o artigo 50 é ativado, e não haver acordo sobre o período de transição e o futuro.
“Os britânicos estão a aprender agora que o processo de integração europeia tornou-se um processo tão presente na nossa vida quotidiana, na organização da nossa sociedade que é preciso ter muito cuidado quando se o põe em causa. No dia em que sair da União Europeia, o Reino Unido abandonará automaticamente 750 acordos internacionais diferentes. É preciso trabalhar para superar o impasse”, disse.
O ministro admitiu também na entrevista que as eleições europeias tenham lugar ainda sem acordo sobre a saída do Reino Unido da união Europeia.
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