O crescimento de 7% registado pela BCR no ano passado é praticamente o dobro da subida média do tráfego dos operadores europeus de autoestradas, que foi de 3,6%, refere a Moody’s num relatório sobre a qualidade de crédito dos aeroportos e autoestradas com portagem europeus.

Apesar destes resultados da BCR (cujo ‘rating’ atribuído pela agência de notação é ‘Baa3’, último nível da categoria de investimento de qualidade, com perspetiva “estável”), a Moody’s refere que o volume de tráfego em Portugal está ainda 12% abaixo do pico pré-crise.

Globalmente, o relatório da Moody’s aponta “aumentos saudáveis nos volumes de tráfego” dos operadores aeroportuários e de autoestradas com portagens europeus em 2016, com Portugal e Espanha a destacarem-se com as taxas mais altas de crescimento no tráfego das autoestradas.

Se a subida média do tráfego dos operadores europeus de autoestradas foi de 3,6% no ano passado, os operadores aeroportuários europeus registaram um crescimento médio de 6,4% no volume de passageiros.

Para 2017, a Moody’s mantém uma perspetiva “estável” para os setores aeroportuário e de autoestradas, “suportado por um crescimento continuado do tráfego”, sobretudo nos aeroportos.

“Estimamos que o crescimento do tráfego dos principais operadores europeus de autoestradas se irá situar entre 1% e 3% em 2017, enquanto no segmento aeroportuário antecipamos um crescimento mais forte, na ordem dos 2% a 6% no Reino Unido (excluindo Heathrow) e dos 4% a 7% para os restantes aeroportos europeus”, refere a vice-presidente e analista sénior da Moody’s, Raffaella Altamura.

Ainda assim, acrescenta, “o tráfego em alguns aeroportos regionais do Reino Unido e em aeroportos europeus que recebem turistas britânicos pode ser afetado se a libra esterlina continuar a desvalorizar face ao euro, devido às incertezas relacionadas com o ‘brexit’”.