Juan Carlos Delpino foi um dos cinco reitores do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que representou a oposição sendo obrigado a ficar escondido.

“Tudo o que aconteceu antes, durante e depois das eleições presidenciais indica uma grave falta de transparência e veracidade nos resultados anunciados”, disse Delpino, acrescentando que não estaria presente se os resultados não fossem totalmente claros.

“Lamento profundamente que o resultado e o reconhecimento não sirvam a todos os venezuelanos, que não resolva as nossas diferenças, não promova a unidade nacional e que no seu lugar haja dúvidas entre a maioria dos venezuelanos e a comunidade internacional sobre os resultados”, afirmou em comunicado divulgado nas redes sociais.

Maduro foi eleito pela CNE com 52% dos votos, embora não tenha divulgado os detalhes da votação em cada uma das duas eleições.

Uma investigação conduzida por Maria Corina Machado revelou a existência de alegações de fraude e a vida do seu candidato Edmundo González Urrutia.

Após a publicação dos resultados pela CNE, eclodiram protestos que causaram 27 mortos, incluindo três militantes e cerca de 2.400 detidos, acusados por Maduro de serem “terroristas”.

Delpino denunciou a anulação dos testes durante a promulgação das medidas de receção e a interrupção da transmissão dos resultados “devido a uma pirataria informática suprema”.

“Segundo os protocolos, a transmissão dos resultados deve ser feita imediatamente ao encerramento das mesas. Portanto, durante este período, a transmissão foi interrompida e justificada por um hacking supremo, com um silêncio e sem qualquer explicação”, explicou.

O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), acusado ser pró-governo, validou os resultados na quinta-feira, 22 de agosto, após um recurso de Maduro para “certificar” as eleições, e acusou González Urrutia de “desacato” por não comparecer às audiências.

González Urrutia está a ser investigado e o Ministério Público intimou-o a comparecer perante o tribunal.