Moisés Ferreira falava no Hospital de Aveiro, onde foi manifestar a solidariedade do BE para com os enfermeiros em greve e cujo conselho de administração aguarda que o Ministério da Saúde autorize o concurso para admissão de 37 novos enfermeiros, para fazer face à redução do horário para as 35 horas.
“Havendo ou não a discussão do OE, não deixaremos de defender que antes do Orçamento do Estado entrar em vigor, sejam já atendidas algumas necessidades de vários hospitais para a contratação de enfermeiros, médicos e assistentes operacionais e não deixaremos de colocar essa necessidade ao governo e aos partidos da maioria parlamentar”, disse o deputado bloquista.
Moisés Ferreira defendeu igualmente que o próximo Orçamento do Estado que está em negociação deve contemplar uma melhor distribuição de verbas na Saúde, “poupando nas rendas a privados” porque “o Serviço nacional de Saúde precisa de mais investimento, sobretudo no capital humano”.
“É para o BE muito importante que isso aconteça no Orçamento da Saúde para 2017: poupar nas rendas a privados para investir no Serviço Nacional de Saúde. É preciso contratar mais pessoas e acreditamos até que é possível fazê-lo com impacto zero no Orçamento, poupando no recurso a serviços privados, onde se gastam muitos milhões de euros, e alocando essas verbas para a contratação de pessoal, sem fazer disso uma maior despesa”, disse.
Segundo o deputado do Bloco, nos últimos quatro anos as políticas de direita levaram ao encerramento de laboratórios de análises clínicas, serviços de radiologia e pequenos hospitais, o que levou à necessidade de recorrer mais a privados.
“O que temos de fazer é o caminho inverso: aproveitar a capacidade instalada que existe no SNS, contratar mais pessoal para a aproveitar, e recorrer menos aos privados que ficam mais caros”, disse.
Moisés Ferreira justificou a solidariedade do seu partido para com os enfermeiros em greve por reconhecer que as suas reivindicações “vão no sentido de reforçar e melhorar o Serviço Nacional de Saúde” e porque foram esses profissionais que evitaram o colapso, trabalhando muito mais horas”.
Segundo Carlos Neves, enfermeiro no Hospital de Aveiro, faltam no Centro hospitalar do Baixo Vouga cerca de 75 enfermeiros, o que se traduz numa sobrecarga para os que estão ao serviço.
“Há serviços neste momento com quatro mil horas a mais. Todos os profissionais ao serviço têm horas a mais no seu horário”, descreveu.
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