A estrela da televisão americana foi condenada a pagar meio milhão de dólares de indemnização.
Esta decisão, civil, é a única condenação válida hoje, visando o ator, atualmente com 84 anos, e que foi acusado de diversas agressões sexuais por dezenas de mulheres.
Segundo a revista Variety, um porta-voz de Bill Cosby classificou a decisão como "vitória impressionante" para o ator, insistindo, no entanto, que apelaria.
"Ontem (terça-feira), o ator e comediante Bill Cosby conquistou uma vitória impressionante dos jurados num processo civil iniciado por Judy Huth", declarou o porta-voz Andrew Wyatt.
"Os jurados decidiram acordar um veredito de 500.000 dólares para Judy Huth, mas votaram nove contra três para não conceder quaisquer danos infligidos à senhora Huth", acrescentou.
Durante as duas semanas de audiências num tribunal de Santa Monica, a defesa de Judy Huth afirmou que o comediante, que conheceu num set de filmagem, a fez beber uma grande quantidade de álcool antes de a levar à Mansão Playboy, do amigo Hugh Hefner, e de a agredir sexualmente num quarto da casa, em Los Angeles.
Nenhum processo criminal foi instaurado, porque Judy Huth, hoje com 64 anos, apresentou queixa em 2014, depois de o prazo ter expirado.
Na Califórnia, a lei permite, no entanto, abrir processos no civil por adultos que sofreram agressões sexuais durante a infância, mesmo anos depois de o prazo de prescrição ter sido ultrapassado.
"Daqui a algumas semanas, o advogado (de Bill Cosby) Jennifer Bonjean estará no tribunal para interpor recurso do veredito de 500.000 dólares, o que significa que a senhora Huth nunca receberá o cheque da parte do senhor Cosby", afirmou, em comunicado, Andrew Wyatt.
A advogada de Judy Huth, Gloria Allred, declarou que a soma decidida pelo júri prova que acreditaram.
No total, cerca de 60 mulheres acusaram publicamente Bill Cosby de ser um predador sexual calculista que usou álcool e soníferos para abusar das vítimas durante décadas.
O ator, que encarnou para milhões de americanos o pai ideal na série "Cosby Show", entre 1984 e 1992, negou sempre, assegurando que as relações sexuais eram consentidas.
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