Em Fátima, na abertura da 190.ª Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa, Manuel Clemente recordou que o papa Francisco, na recente exortação apostólica "Amoris Laetitia, n.º 48", diz que a “eutanásia e o suicídio assistido são graves ameaças para as famílias, em todo o mundo. […] A Igreja, ao mesmo tempo que se opõe firmemente a tais práticas, sente o dever de ajudar as famílias que cuidam dos seus membros idosos e doentes”.
Manuel Clemente acrescenta que, “para que ninguém reduza esta questão ao campo religioso estrito, quando ela é de facto humanitária e bem geral”, deve recordar-se a declaração de cinco sucessivos bastonários da Ordem dos Médicos, que escrevem que “… A Eutanásia, o Suicídio assistido e a Distanásia representam uma violação grave e inaceitável da Ética Médica (repetidamente condenadas pela Associação Médica Mundial)”.
“O Médico que as pratique nega o essencial da sua profissão, tornando-se causa da maior insegurança nos doentes e gerador de mortes evitáveis. Em nenhuma circunstância e sob nenhum pretexto, é legítimo a sociedade procurar induzir os Médicos a violar o seu Código Deontológico e o seu compromisso com a Vida e com os que sofrem”, disse ainda Manuel Clemente.
O presidente da CEP sublinha também que os bispos portugueses, a 08 de março, salientaram que, no Ano Jubilar da Misericórdia, se recorda que esta “leva a ajudar a viver até ao fim. Não a matar ou a ajudar a morrer”.
Manuel Clemente abordou igualmente, no discurso, a Carta Pastoral “A propósito da ideologia do género”, de 14 de novembro de 2013, chamando novamente o papa Franciso, que disse em Tbilisi, na Geórgia, que há um “grande inimigo atual do casamento: a teoria do ‘gender’. Hoje está em ato uma guerra mundial para destruir o casamento. Hoje existem colonizações ideológicas que o destroem, não com as armas, mas com as ideias. Por isso é preciso defender-se das colonizações ideológicas”.
O cardeal-patriarca explicou também que a Carta Pastoral a elaborar até quinta-feira recordará o que aconteceu há 100 anos, nas aparições aos pastorinhos, assim como as mensagens transmitidas.
“A Carta Pastoral, que aprontaremos nestes dias, tanto relembra o que aconteceu então e a Mensagem que os Pastorinhos transmitiram, como reforçará nos católicos portugueses e além deles a premência da conversão evangélica em prol dum mundo que, sendo mais para Deus, será mais de todos e para todos. Aliás, também com este pronunciamento pastoral, coincidiremos com o sentimento marial profundo do nosso povo, como se manifestou na passagem da Imagem Peregrina por todas as dioceses portuguesas e se elevará ainda com a presença do próprio Sucessor de Pedro, em maio próximo”.
Manuel Clemente disse também que da agenda consta um “documento sobre a catequese, em cuja preparação intervieram as várias estruturas diocesanas relacionadas, no sentido de a redescobrir sempre mais como ‘alegria do encontro com Jesus Cristo’".
O cardeal-patriarca recordou a morte de “D. Arquimínio Rodrigues da Costa, Bispo emérito de Macau, falecido a 12 de setembro”, e saudou igualmente o trabalho que “D. António Vitalino realizou como dedicado Bispo de Beja e que D. João Marcos realizará como seu sucessor”.
“Aos dois, a amizade e a companhia da Conferência Episcopal Portuguesa. Congratulamo-nos também com a nomeação de D. Nuno Brás e D. José Cordeiro para organismos da Santa Sé, respetivamente a Secretaria da Comunicação e a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos”.
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