A história é contada esta quarta-feira pelo jornal Público. As bolsas são garantidas aos bolseiros por um período máximo de quatro anos, mas há, por vezes, quem não peça logo o direito ao período máximo, optando depois, mais tarde, por uma prorrogação.

E é aqui que está o grande problema neste momento, dado que há muitos que o fizeram e agora não obtêm resposta por parte da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

“Alguns estudantes pedem financiamento para dois ou três anos e, quando não chega, pode ser pedida uma prorrogação – sem nunca ultrapassar o máximo de quatro anos. Os atrasos na resposta a este pedido que se têm verificado nos últimos meses criam dificuldades aos bolseiros: depois do final da bolsa, e enquanto não há resposta, ficam sem vencimento. Os bolseiros não são apenas estudantes, muitos dos doutorandos participam também activamente em projectos de investigação dentro dos grupos científicos das instituições em que estão, além de produzirem artigos científicos e apresentações de resultados ao longo do período de doutoramento”, lê-se no artigo.

A FCT deu uma resposta ao Público, apontando ao compromisso “de ambas as partes”, nomeadamente quanto à duração da bolsa. Nestas prorrogações, “a análise tem de ser cuidada porque implica alterações das condições que estiveram na base da avaliação e das verbas públicas alocadas”. Segundo a FCT, estes pedidos de prorrogação passaram de excepcionais a “muito frequentes” com o número de pedidos a triplicar desde a pandemia da covid-19.

Há relatos, no artigo, de bolseiros que tiveram de arranjar dois trabalhos, parar com determinada medicação ou mesmo regressar a casa dos pais devido a esta situação.