"Foi tudo preparado dentro da normalidade: recuperar bem, trabalhar aquilo que achamos fundamental para o jogo e, depois, as questões estratégicas para um adversário muito bem orientado. O Daniel [Ramos] tem uma carreira que fala por ele, com um conjunto muito organizado e que não desiste. Foi o que aconteceu com o jogo com o FC Porto. Antevejo um jogo muito difícil. É mais uma final e para vencer o Benfica tem de estar no seu melhor", declarou.

Em conferência de imprensa de antevisão da partida que pode dar ao Benfica o 37.º título de campeão, necessitando também de uma ‘escorregadela' do perseguidor FC Porto no desafio com o Nacional, o técnico dos ‘encarnados' não poupou elogios aos vila-condenses, considerando-os uma equipa "com muito conteúdo" e que vale pela força do coletivo.

"É uma equipa que dá gosto de ver jogar. Vem de uma fase muito positiva. Pelo momento que atravessa, é uma equipa com muita qualidade", frisou, detalhando as virtudes do Rio Ave: "Tem três avançados e um homem que joga por trás deles, sendo que qualquer um pode criar situações de finalização, dois médios experientes e dois centrais fortes na construção".

Numa altura em que cresce a expectativa dos adeptos do clube em função da vantagem de dois pontos sobre o campeão nacional, a duas rondas do fim do campeonato, Bruno Lage fechou a porta à euforia e a qualquer ideia de festa antecipada, reiterando uma mensagem de "determinação e confiança" para o jogo.

"É uma coisa de cada vez. Pode haver um clima de festa lá fora, dizer que as coisas estão consolidadas, mas cá dentro não há nada. Nem a festa dos 43 anos. Estamos apenas focados no nosso jogo", explicou o treinador, em referência ao seu 43º aniversário, que celebra no domingo, no dia do importante jogo.

Bruno Lage recorreu à Liga dos Campeões para sublinhar que nada está decidido até ao apito final: "Tiveram o exemplo muito recente das meias-finais da Liga dos Campeões. Não vale a pena estar a fazer esses cenários. Vale o que fazemos hoje".

Paralelamente, Bruno Lage rejeitou que tivesse existido ansiedade dos jogadores, em especial dos mais jovens, no embate com o Portimonense, no qual o Benfica foi para o intervalo empatado a zero e chegou mesmo a estar a perder, antes de terminar o encontro com uma goleada por 5-1, na jornada anterior.

"Não senti isso. O que aconteceu na primeira parte foi fruto da competência do Portimonense. Os mais jovens, Ferro e Florentino já fazem isto desde os 15 anos, disputando fases finais pelos títulos. Qualquer um deles está habituado a jogar para ganhar", observou, sem deixar de relativizar a possível marca dos 100 golos no campeonato.

O Benfica, primeiro classificado, com 81 pontos, joga no domingo, a partir das 20:00, no estádio do Rio Ave, sétimo, com 42, em encontro da 33ª e penúltima jornada da I Liga.