Os dirigentes estaduais incentivaram as pessoas a aproveitarem a locais frescos, como bibliotecas e outros, e a cuidarem dos mais velhos e dos muito novos, prevenindo que doenças menores relacionadas com o calor podem agravar-se repentinamente.

Passeios e mesas de refeição no exterior foram abandonados ao sol abrasador.

“Não há pessoas”, disse Gloria Aguilar, de 37 anos, uma vendedora de rua de Los Angeles, explicando: “Está muito calor e as pessoas querem ficar dentro de casa. Vendemos mais água do que alimentação”.

Os bombeiros estão a trabalhar sob temperaturas extremas, enquanto combatem vários incêndios, incluindo as chamas destruidoras na comunidade de Alpine, no condado de San Diego, e outras que começaram num incêndio de um camião na estrada Interstate 15, em Cajon Pass, no leste de Los Angeles.

As condições tórridas devem prolongar-se durante sábado, antes de aliviarem um pouco no domingo.

O calor está a ser produzido por uma “imensa” concentração de altas pressões, que também está a espalhar condições sufocantes em partes de outros Estados, como Arizona, Nevada e Utah.

“Hoje vai ser um dia para os livros de recordes”, disse fonte do serviço meteorológico antes do nascer do sol, e de facto dentro de algumas horas os recordes começaram a ser batidos.

Na baixa de Los Angeles, eram apenas 10:15 da manhã (18:15 em Lisboa) quando o mercúrio atingiu o recorde estabelecido em 06 de julho de 1992 de 94 graus Fahrenheit (34,4 graus Celsius) e continuou a subir, alcançando os 37,7ºC antes do meio-dia, prosseguindo a sua escalada.

Nos subúrbios de Woodland Hills, em Los Angeles, registaram-se 115 graus Fahrenheit (46,1ºC) ao início da tarde, um pouco abaixo dos 119 graus Fahrenheit que se verificavam, nas proximidades, na comunidade designada Thermal no deserto a sudeste de Palm Springs.

A perturbação da influência moderadora do Oceano Pacífico produziu surpreendentes temperaturas matinais: por exemplo, às três da manhã estavam 36,6ºC em Gaviota, na costa do condado de Santa Barbara, situado 200 quilómetros a oeste de Los Angeles.

Apesar de as praias oferecem algum alívio para condições próximas das de uma fornalha, os meteorologistas preveniram que uma ondulação de sul, do antigo furacão Fabio, pode continuar a combinar com correntes do noroeste e produzir correntes rápidas.

Por outro lado, os residentes nos vales em torno de Los Angeles e no leste da região enfrentam a possibilidade de uma qualidade de ar prejudicial para a saúde.

Os reguladores que controlam a poluição do ar avisaram que as condições são propícias à produção de uma inversão atmosférica que aumente o ozono ao nível do chão, o que está associado a problemas respiratórios, que vão das perturbações na inspiração a ataques de asma.

RN // ARA

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