“Continuaremos a pautar a nossa atuação pelo rigor financeiro, pelas contas certas e por bons prazos de pagamento”, afirma Emídio Sousa a propósito da posição que esse concelho do distrito de Aveiro e da Área Metropolitana do Porto ocupa no Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses relativo a 2022, divulgado esta quarta-feira.
O autarca social-democrata realça que a Câmara da Feira tem um prazo médio muito curto de pagamento a fornecedores e defende que esse “sentido de responsabilidade para com as contas de terceiros” facilita compras a melhor preço e gera mais cooperação no desempenho.
“Trabalhamos diariamente por uma boa gestão e solidez financeira que nos permita honrar os nossos compromissos enquanto entidade pública. Foi por isso que terminámos o ano de 2022 com um prazo médio de pagamento de seis dias, o que torna este município altamente competitivo e lhe dá maior capacidade negocial com o mercado”, afirma.
Sintra, Santana e Santa Maria da Feira encabeçam o 'ranking' das 100 câmaras municipais com melhor pontuação no ranking global de eficiência financeira do Anuário dos Municípios e, entre essas autarquias, só 85 tiveram classificação positiva.
“Apesar de não nos surpreender, esta posição de destaque é para nós motivo de orgulho, porque comprova que, trabalhando com rigor, é possível fazer obra, muita obra, mantendo a saúde financeira do município – e essa situação também beneficia os que trabalham connosco”, defende Emídio Sousa.
Segundo o documento, a que a Lusa teve acesso, em 2022, para uma pontuação máxima possível de 1.900 pontos, a melhor classificação foi obtida por Sintra, no distrito de Lisboa, um município de grande dimensão, com 1.732 pontos.
Santana, na Região Autónoma da Madeira, com 1.646 pontos, obteve o segundo lugar no 'ranking' global e é o primeiro dos municípios de pequena dimensão e o terceiro lugar coube ao município de Santa Maria da Feira, no distrito de Aveiro, com 1.658 pontos.
Presidente da Câmara de Santana aponta "gestão orientada" para sucesso no Anuário Financeiro
O presidente da Câmara de Santana, na Madeira, disse hoje que o segredo para a boa posição no 'ranking' do Anuário Financeiro dos Municípios é ter “uma gestão orientada” para o que é realmente importante para o concelho.
“O segredo é fazer uma gestão orientada para aquilo que é realmente prioritário e não andar aqui a inventar obras e investimentos que possam ferir o orçamento e ferir o equilíbrio orçamental do município”, disse Dinarte Fernandes (CDS), em declarações à Lusa.
O autarca lembrou que, à semelhança de outros do país, o seu “é um município demograficamente com uma necessidade imperiosa de pessoas”, acrescentando que foram implementados vários apoios, como o apoio à natalidade, não aplicação aa derrama às empresas, devolução de 5% do IRS e aplicação do IMI familiar, entre outros.
Dinarte Fernandes frisou que o seu executivo tem dado maior prioridade ao investimento nas pessoas e na atenuação do inverno demográfico que se faz sentir na região.
Desta forma, de acordo com o autarca, é alcançada alguma "folga orçamental para realizar algumas obras”, como por exemplo a requalificação urbanística, sublinhando que estas são “muito importantes para a qualidade de vida” das pessoas que vivem no concelho, mas também para quem visita um município “muito turístico”.
“A verdade é que para darmos passos maiores, para fazermos investimentos que depois já ascendam a milhões de euros, eventualmente, futuramente, vamos ter que fazer valer a nossa capacidade de endividamento que neste momento existe e que poderá ser utilizada responsavelmente para fazer algum investimento que seja importantíssimo para o concelho”, afirmou.
Santana, a par de Sintra e de Santa Maria da Feira, encabeça o 'ranking' das 100 Câmaras com melhor pontuação no 'ranking' global de eficiência financeira do Anuário Financeiros dos Municípios relativo a 2022, no qual apenas 85 municípios tiveram nota positiva.
O Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses é da responsabilidade do Centro de Investigação em Contabilidade e Fiscalidade do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (CICF/IPCA) e do Centro de Investigação em Ciência Política da Universidade do Minho, e conta com o apoio da Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC) e do Tribunal de Contas.
Os critérios considerados para este Ranking Global referem a posição do município tendo em conta a conjugação do índice de liquidez, da razão entre o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e os rendimentos operacionais, do peso do passivo exigível no ativo, do passivo exigível por habitante, da taxa de cobertura financeira da despesa realizada no exercício, do prazo médio de pagamentos, do grau de execução do saldo efetivo, do índice de dívida total, do índice de superavit e dos impostos diretos por habitante.
*Notícia atualizada às 16h53
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