Após o lançamento da pedra e da visita ao estaleiro da obra, o presidente da autarquia, Fernando Medina (PS), destacou, em declarações aos jornalistas, que o “projeto é muito amigável para as pessoas que têm mobilidade reduzida e para as pessoas de idade mais avançada, porque não é aquela construção em altura”, típica dos bairros municipais.
“É uma construção muito mais baixa, que é feita com o melhor que nós sabemos do ponto de vista de sustentabilidade ambiental, relativamente à questão do abastecimento de água, relativamente à questão da eletricidade e relativamente à questão da qualidade térmica”, acrescentou o chefe do executivo municipal.
O novo bairro, integrado na freguesia de Santa Clara, mas a poucos metros do atual, no Lumiar, que será demolido, vai contar com 130 fogos e deverá estar pronto dentro de 500 dias. O projeto contempla habitações de tipologia T1 até T4, sendo que os T4 serão duplex.
O projeto, denominado "Uma casa que cresce com a família", conta também com entradas autónomas para cada uma das habitações, não havendo por isso áreas comuns nem a necessidade de elevadores.
Segundo Fernando Medina, o atual bairro encontra-se “numa situação muito difícil do ponto vista da sua qualidade”, ao contrário do novo que, de acordo com o autarca, “tem uma grande característica que é a qualidade da habitação”.
“É um novo salto do ponto de vista do conceito da própria arquitetura em bairros municipais. Não o é, no sentido clássico. Antes fazia-se construção em altura (…) aqui há uma construção que é muito mais baixa, muito mais equilibrada, mais humana”, reiterou o presidente da Câmara de Lisboa.
A vereadora da Habitação, Paula Marques (PS), referiu que “as pessoas do Bairro da Cruz Vermelha gostam muito de viver na freguesia do Lumiar, até porque lá vivem há muitos anos, mas perante a perspetiva de terem uma casa com as condições de conforto e uma nova casa, não houve reação negativa propriamente, até porque embora seja uma fronteira administrativa, [o novo bairro] é muito perto” do atual.
Neste sentido, o presidente da Junta de Freguesia do Lumiar, Pedro Delgado Alves (PS), reforçou que todas as famílias têm tido “acompanhamento nesta fase de transição” e podem continuar a usufruir dos serviços da freguesia “mesmo que já estejam fora do território”.
A responsável pela Habitação na capital afirmou que o atual Bairro da Cruz Vermelha só pode ser demolido “quando as pessoas estiverem nas casas de destino”, mas espera que a demolição possa ser feita “à medida que as pessoas saem e esvaziam um lote”, de modo a não ser necessário esperar até à saída da última família para iniciar a demolição.
A Câmara de Lisboa estimou em julho do ano passado que a demolição integral do Bairro da Cruz Vermelha, na freguesia do Lumiar, ocorra em 2019, depois do realojamento dos moradores em novos ou reabilitados fogos.
Paula Marques notou também que “todas as pessoas que estão no [atual] Bairro da Cruz Vermelha” não esgotam o número de fogos disponíveis no novo bairro.
Fernando Medina acrescentou que depois a autarquia vai decidir o que fazer com as casas que ficarem disponíveis, admitindo a possibilidade de juntar “renda acessível com esta situação particular do realojamento”.
A manhã de hoje ficou ainda marcada pela entrega de chaves de três casas a três famílias da capital, no âmbito dos programas de renda apoiada e renda convencionada.
Durante a tarde, está prevista a afetação de cerca de 240 fogos municipais e a entrega de 37 chaves nas instalações da Assembleia Municipal de Lisboa.
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