Em comunicado, o município explicou que a escola, que se situa em Corroios, no Seixal, distrito de Setúbal, começou a ser intervencionada em outubro de 2010, prevendo-se a conclusão da empreitada no prazo de um ano e meio, no entanto, em 2011 parou pela primeira vez e, desde aí, os trabalhos têm sido “interrompidos e os prazos sucessivamente adiados, sem um fim à vista”.

“É inquestionável a necessidade de modernização desta escola, mas é igualmente inquestionável a resolução de um problema que se arrasta há nove anos e que penaliza cerca de 1.200 alunos, docentes e funcionários de forma injusta sem que se vislumbre uma solução que conclua um processo iniciado em 2010”, defendeu o presidente da Câmara do Seixal, Joaquim Santos.

Foi neste quadro que o autarca reivindicou, na nota divulgada, que o Governo “tome as medidas urgentes e necessárias à conclusão destas obras”.

Pais e alunos da Escola Secundária João de Barros, em Corroios, estão em protesto contra aulas dadas em contentores há 10 anos
Pais e alunos da Escola Secundária João de Barros, em Corroios, estão em protesto contra aulas dadas em contentores há 10 anos
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Já na segunda-feira, cerca de 300 pessoas, entre pais, alunos e professores, concentraram-se em frente à Escola João de Barros, protestando pelas aulas em contentores há dez anos e exigindo a conclusão das obras.

Em declarações à Lusa nessa ocasião, o presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação desta escola, José Lourenço, alertou que além das aulas em contentores, a disciplina de Educação Física é lecionada num edifício exterior, a cerca de 600 metros da instituição, o que traz “riscos” para os alunos e “custos inerentes”, por ser um espaço alugado.

Segundo o responsável, as obras recomeçaram em 2017 e deveriam estar concluídas em 18 meses, mas há cerca de duas semanas o empreiteiro suspendeu o processo e retirou todo o material.

“O empreiteiro tinha 18 meses para fazer as três fases da obra e ao fim de 20 meses nem tinha chegado a metade da primeira fase e estava a reclamar 40% do valor da obra, cerca de 3,3 milhões de euros, e uma extensão do prazo em 14 meses, o que não é de todo aceitável depois de ter levado 20 meses em litigância com a parte escolar”, sublinhou.

Perante esta situação, os pais defendem “medidas excecionais” que evitem que a escola vá novamente a concurso público, de forma a evitar as burocracias que atrasariam ainda mais esta empreitada.