“Em nome das nações enlutadas desta tragédia, dissemos ao ministro Zarif, de forma inequívoca, que o Irão tem que dar passos no caminho da resolução de várias questões pendentes de facto e de direito”, afirmou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros do Canadá, François-Philippe Champagne, aos jornalistas á margem da conferência sobre segurança que decorre em Munique, na Alemanha, citado pela Agência Associated Press.

No dia 08 de janeiro, o Boeing 737 da companhia Ukrainian Airlines despenhou-se nos arredores de Teerão, provocando a morte das 176 pessoas que estavam a bordo, 82 dos quais iranianos.

Após três dias de desmentidos, a 11 de janeiro, as forças armadas iranianas reconheceram ter abatido “por erro” o avião.

O Irão não entregou as caixas negras do Boieng 737 nem se comprometeu em atribuir compensações pelas mortes.

Entre as vítimas do acidente — maioria iranianos – estavam 57 cidadãos do Canadá, 11 da Ucrânia, 17 da Suécia, quatro do Afeganistão e quatro do Reino Unido.

Além do diplomata do Canadá, na reunião de hoje estiveram diplomatas do Reino Unido, Afeganistão e Ucrânia.

Segundo François-Philippe Champagne, os diplomatas pressionaram o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Mohammad Javad Zarif, a tomar medidas, numa reunião à margem da conferência de segurança de Munique.

“Pressionámos o Irão sobre a necessidade de uma investigação completa, transparente e credível, em total conformidade com a Convenção da Aviação Civil. Isto, claro, significa permitir que as caixas negras sejam transferidas para um local com capacidade de retirar e analisar adequadamente o seu conteúdo”, afirmou.

De acordo com ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Vadym Prystaiko, os diplomatas enfatizaram a necessidade de se agir rapidamente neste caso.

“Estamos a falar de semanas e meses. Não de anos”, afirmou.