Tal é confirmado pelo mais recente relatório da Agência sobre o surto causado pela bactéria listeria, que afeta mais de 200 pessoas e causou pelo menos uma morte - uma segunda está a ser investigada, a de uma pessoa em estado terminal com a presença da bactéria.

No relatório, a Aesan afirma ter conhecimento, através da Junta, de que se trata de um produto comercializado "sem qualquer marca registada", o que implica "uma grande deficiência de comercialização e rotulagem".

A Junta confirmou que o produto tem a mesma apresentação que o comercializado pela Magrudis, mas não aparece no rótulo nenhuma marca, apenas a informação nutricional, segundo a Aesan.

Para a saúde, isto é “uma deficiência gravíssima”, porque a rotulagem incorreta permite a comercialização deste produto – quando não deveria permitir – e impossibilita o consumidor de o associar ao produto da Magrudis ligado ao surto, mesmo tendo sido objeto de um alerta emitido a 16 de agosto.

Segundo os técnicos do Ministério, na situação atual do surto, esta deficiência tem "uma importância muito especial para a saúde" e pode ser entendida como uma prática "não padronizada" vender ao consumidor final um produto destinado a canais profissionais, o que acarreta um "risco inegável para a saúde".

As autoridades de saúde da Andaluzia também informaram o Ministério de que contactaram as empresas-alvo destes produtos, que foram imobilizadas para impedir a venda do que é "um produto com um risco grave para os consumidores".

Perante essa situação, a Aesan insiste na importância de adquirir apenas produtos corretamente rotulados, nos quais seja possível saber quem é o responsável por colocá-los no mercado.

No caso de produtos de carne destinados ao consumidor final, recorda que é necessário que a rotulagem contenha uma marca oval que inclua o número de registo sanitário do estabelecimento responsável.

Na sexta-feira, a investigação da listeriose foi estendida a outros doze produtos da Magrudis, bem como ao item de carne distribuído à Comercial Martínez León, que o comercializou logo como marca branca.

A Aesan também estendeu o alerta de surto, ou seja, vigilância e atenção sobre outros doze produtos da marca "La Mechá", contabilizando já um total de 17.

Em Portugal, a Direção Geral de Alimentação e Veterinária esclareceu na quarta-feira que a carne contaminada com a bactéria 'Listeria monocytogenes' da marca “La Mechá” e os produtos com origem no fabricante (Magrudis) espanhol, não são comercializados em território português.

A listeriose é uma infeção causada pela bactéria 'Listeria monocytogenes', habitualmente associada ao consumo de alimentos contaminados. De acordo com informação disponível no ‘site’ SNS24 do Serviço Nacional de Saúde, a listeriose pode causar febre, calafrios, dores musculares, enjoo, vómitos, diarreia.

A Direção Geral de Alimentação e Veterinária alerta os viajantes que tenham como destino as regiões de Madrid e Andaluzia, para a necessidade de adoção de medidas preventivas, nomeadamente a eliminação de produtos da marca que eventualmente possam ter adquirido.