“O discurso é mimético, as palavras são iguais, os argumentos são iguais” aos que Sócrates apresentou, na quarta-feira, na Faculdade de Economia de Coimbra, afirmou Mota Soares, durante o debate, no parlamento, proposto pelos socialistas para discutir a modernização da economia através da inovação e da ciência.
"O país assistiu, incrédulo, à apresentação do modelo de crescimento económico da Sócrates Business School", ironizou, comparando os discursos de hoje e de Sócrates em Coimbra.
Pedro Mota Soares lembrou depois o ano de 2011, quando José Sócrates era primeiro-ministro e o seu Governo fez o pedido de assistência financeira da “troika”.
“Todos nos lembramos onde nos levou, e levou-nos à bancarrota”, disse o deputado e ex-ministro do executivo PSD-CDS que se seguiu ao liderado por Sócrates.
O parlamentar do CDS lembrou que foi com o atual Governo do PS, com o apoio dos partidos de esquerda, que diminuiu o investimento público em 2017.
E recordou que, na Europa, os países que cresceram mais do que Portugal em 2017 têm uma taxa de IRC mais baixa do que Portugal, acusando ainda os socialistas de "terem" rasgado o acordo para a baixa deste imposto para as empresas.
Na sua conferência, em Coimbra, o ex-primeiro-ministro socialista afirmou que a recuperação económica do país aconteceu porque o Governo abandonou a austeridade, recusando a ideia de que o crescimento se deve ao período de ajustamento.
“O que é mais lamentável é verificar em Portugal que aqueles [o Governo PSD/CDS-PP] que aplicaram uma receita desastrosa e fizeram tudo para que essa receita fosse aplicada aqui no nosso país de acordo com uma ideologia dominante na Europa, venham dizer que as coisas estão melhores agora porque essa receita existiu”, disse José Sócrates, perante mais de 300 estudantes numa conferência na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC).
Na resposta, o deputado socialista João Galamba ironizou que "o melhor" talvez seja "proibir toda a gente" de falar em inovação e desenvolvimento para não ser "igual a José Sócrates".
E deveria começar, aconselhou, por "enviar um email ao ex-secretário de Estado adjunto e atual comissário europeu" para não falar em "inovação, produtividade e inovação" para não se confundir com Sócrates.
Pelo PCP, a deputada Ana Mesquita criticou a precariedade existente entre os trabalhadores ligados à ciência, como os bolseiros de investigação.
Já o deputado Bruno Dias defendeu que existe, para o PCP, uma "política económica alternativa, dirigida para o investimento de qualidade e para a defesa da produção nacional, que aposte na reindustrialização do país" e tem como "objetivo central a criação de emprego".
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