As acusações do também cabeça de lista do CDS-PP às próximas eleições europeias foram feitas esta manhã durante uma viagem de comboio entre Cascais e Lisboa, realizada para “alertar para os problemas da ferrovia em Portugal, nomeadamente o envelhecimento do material circulante e o aumento das supressões de composições.
“Quando se desbarata dinheiro que faz falta para funções que são importantes do Estado a pensar em votos e em eleições seguintes, tudo colapsa. As supressões de comboio não acontecem por qualquer coisa. Acontecem porque realmente o Estado, através de um Governo que é do PS, pensa nas próximas eleições e usa dinheiro, que é escasso, a pensar nesses votos e depois faz falta, não existe”, afirmou à agência Lusa o eurodeputado centrista.
Aproveitando o exemplo da linha de Cascais, Nuno Melo, que se fez acompanhar nesta ação pelos deputados Pedro Mota Soares e João Gonçalves Pereira, criticou a supressão de comboios “onde eles fazem muita falta, porque há muita gente”, ao mesmo tempo que se “aumenta o preço dos combustíveis”.
“Por um lado, penalizam-se pessoas que deixam de ter acesso ao seu meio preferencial de transporte, mais barato, não lhe deixando alternativa. Por outro, aumenta-se os combustíveis, tornando tudo mais difícil”, atestou.
Relativamente à supressão de comboios, o eurodeputado centrista aludiu a um episódio ocorrido há uma semana com uma comitiva de deputados e autarcas socialistas que pretendiam viajar de comboio entre as Caldas da Rainha e Lisboa, para exigir soluções para a Linha do Oeste, mas que ficou apeada porque o comboio onde iam viajar foi suprimido e foi obrigada a fazer o percurso de carro.
“Melhor teria sido que em vez desse simulacro de protesto os deputados socialistas tivessem saído em São Bento e ido diretos ao Terreiro do Paço para falar com o primeiro responsável do que vai passando, chamado primeiro-ministro”, ironizou.
Nuno Melo referiu que a comitiva das Caldas da Rainha devia aproveitar para questionar António Costa pelos motivos que levaram a tutela a ter desistido de concretizar o Plano Estratégico de Transportes e Infraestruturas (PETI3), elaborado pelo anterior Governo (PSD/CDS-PP), com vigência entre 2014 e 2020.
“Era um plano que era possível, que estava pensado, tinha financiamento, a vontade dos privados e resolvia problemas, mas este Governo desistiu. Desistiu usando o dinheiro, que estava disponível, fundos comunitários, destinando-o a outros fins. Quem nisso pena são as pessoas, que deixam de ter alternativas”, apontou.
O atual Governo apresentou recentemente o Plano Ferrovia 2020, que promove as ligações com Espanha e a modernização dos principais eixos ferroviários, engloba, no total, um investimento superior a dois mil milhões de euros, dando especial destaque ao transporte de mercadorias e ao transporte público de passageiros.
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