No final da visita à OGMA - Indústria Aeronáutica de Portugal, em Alverca, no concelho de Vila Franca de Xira, Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado pelos jornalistas sobre as notícias hoje avançadas pelos jornais de que teria tido conhecimento dos SMS (mensagens de telemóvel) trocados entre o ministro das Finanças e o ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), escusando-se a fazer qualquer comentário adicional porque escreveu uma nota "cuidadosamente para cobrir tudo o que queria cobrir".
"O Presidente da República tem que definir a sua posição a pensar em Portugal e nos portugueses. E, portanto, umas vezes desagrada a um partido, outras vezes desagrada a outro partido, mas o fundamental é que não desagrade aos portugueses naquilo que é fundamental para eles e é essa a função do Presidente da República", respondeu o chefe de Estado quando questionado sobre as críticas que surgiram da área socialista à posição assumida na segunda-feira em relação a Mário Centeno.
Em relação à CGD, para o Presidente da República, o que é importante é que o banco público "vai ter num futuro próximo operações importantes de recapitalização", que "é preciso que corram bem".
"Devemos todos unir os esforços para que corram bem as operações de capitalização da Caixa Geral de Depósitos", apelou.
Marcelo Rebelo de Sousa foi insistentemente questionado pelos jornalistas sobre toda esta polémica, tendo começado por responder: "sobre isso o que eu tinha a escrever, já escrevi".
"Deixei aliás escrito para não haver dúvidas e portanto não vou voltar a isso", assegurou.
Sobre as críticas que lhe foram feitas, o Presidente da República foi perentório: "não vou comentar comentários à nota".
"Muito obrigada pela vossa paciência aeronáutica", ironizou o Presidente da República aos jornalistas na despedida.
Oposição desafia PS, BE e PCP a inverter a decisão
Enquanto Marcelo Rebelo de Sousa debate a sua posição no caso da Caixa Geral de Depósitos, os líderes parlamentares do PSD e CDS-PP desafiaram hoje o PS, BE e PCP a inverterem a decisão de terça-feira de não analisar as comunicações trocados entre o ministro das Finanças e o ex-presidente do banco público António Domingues.
No final da conferência de lideres, os dois líderes parlamentares Luís Montenegro (PSD) e Nuno Magalhães (CDS-PP) apelaram a que esta decisão seja alterada até às 18:00 de hoje, quando se reúne novamente a comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos (CGD).
Se tal não acontecer, ambos os partidos afirmam que retirarão "todas as consequências regimentais, jurídicas e políticas" sem especificar quais.
O motivo invocado pelos partidos que chumbaram a não inclusão dos conteúdos das comunicações terá sido o de não se enquadrar no objeto da comissão parlamentar de inquérito, que abarca a gestão do banco público entre 2000 e 2015.
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