Questionado pelos jornalistas sobre as suspeitas de tortura que recaem sobre sete militares da GNR, André Ventura disse que é necessário “exigir responsabilidade e condenar todos os atos” de quem utiliza um uniforme policial para “abusar da autoridade, humilhar ou diminuir outros seres humanos”.
“A condenação é evidente, é inequívoca”, completou.
No entanto, Ventura considerou que “o país está a viver dois critérios” no que diz respeito às forças de segurança.
“Gostava de ver a mesma indignação do país quando as forças de segurança são atacadas e humilhadas”, sustentou.
Sete elementos da GNR estão acusados de um total de 33 crimes, por humilharem e e torturarem imigrantes em Odemira, Beja, em 2019, atos que os próprios filmaram, noticiou a CNN/TVI.
Na quinta-feira, a GNR esclareceu que dois dos sete militares encontram-se a cumprir pena de suspensão decretada pelo Ministério da Administração Interna, enquanto os outros aguardam medidas sancionatórias.
De acordo com a GNR, três dos agentes do Destacamento Territorial de Odemira são reincidentes, depois de terem estado “envolvidos em agressões a indivíduos indostânicos”, em 2018.
O esclarecimento surge após uma investigação CNN/TVI que deu conta da acusação de sete elementos da GNR de um total de 33 crimes, por humilharem e torturarem imigrantes em Odemira.
Num despacho de acusação de 10 de novembro e ao qual a CNN Portugal e TVI tiveram acesso, o Ministério Público refere que os militares cometiam os atos de tortura “em manifesto uso excessivo de poder de autoridade” e que “todos os arguidos agiram com satisfação e desprezo pelos indivíduos”.
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