Na Alemanha ocidental o número de mortos aumentou para pelo menos 81.
"Receio que só veremos a extensão total da catástrofe nos próximos dias", avisara já a chanceler, Angela Merkel, na quinta-feira à noite, em Washington, onde cumpre uma visita oficial.
A Bélgica regista pelo menos 12 mortos. Luxemburgo e Países Baixos, onde vários distritos de Maastricht tiveram de ser evacuados, também foram duramente atingidos pelo mau tempo.
Contudo, é a Alemanha que está a registar o maior número de mortos, com os números a aumentarem para 81, informaram hoje as autoridades.
Em Rhineland-Palatinate, uma das regiões mais duramente atingidas, o número de mortos aumentou de 28 para 50 em menos de 24 horas, mas é provável que o balanço cresça devido ao número de desaparecidos na Renânia do Norte-Vestefália e na Renânia-Palatinado.
Só nesta última região, as autoridades disseram que ainda não tinham notícias de 1.300 pessoas que vivem no cantão mais atingido, Bad Neuenahr-Ahrweiler.
No entanto, um porta-voz citado pela jornal Bild atribuiu este número à inexistência de comunicações da rede telefónica, que está a impedir o contacto com muitos residentes.
Especificamente, "continuamos a contar com 40, 50 ou 60 pessoas desaparecidas e quando se tem pessoas de quem não se tem notícias há tanto tempo (...) é preciso temer o pior", disse o Ministro do Interior, Roger Lewentz, à televisão SWR.
"Como resultado, é provável que o número de vítimas aumente nos próximos dias", advertiu.
Espera-se que continue a chover em partes da Alemanha ocidental e o E o nível do rio Reno e de vários dos seus afluentes está a subir perigosamente.
Entretanto, mil soldados foram mobilizados para ajudar nas operações de resgate e limpeza das cidades e aldeias, que oferecem todos o mesmo espetáculo desolador: ruas e casas debaixo de água, carros virados, árvores arrancadas.
Em Ahrweiler, várias casas desmoronaram-se literalmente. Debaixo dos escombros, a cidade parece ter sido atingida por um tsunami, descreve um jornalista da AFP.
Euskirchen, um pouco mais a norte, é provavelmente uma das cidades mais afetadas, com pelo menos 20 mortes registadas. O centro da cidade parece um campo de ruínas, com as fachadas das casas literalmente arrancadas pelas cheias.
Além disso, uma barragem próxima está em risco de uma rotura.
As tempestades colocaram a questão do aquecimento global no centro da campanha eleitoral, que está a decorrer na Alemanha, com a votação parlamentar agendada para 26 de setembro.
"Estes eventos climáticos extremos são as consequências das alterações climáticas", disse o Ministro do Interior, Horst Seehofer, admitindo que a Alemanha deve "preparar-se muito melhor".
Todos os candidatos estão a tentar fazer promessas. "Isto significa que devemos acelerar as medidas de proteção climática - a nível europeu, nacional e global", defendeu o candidato do partido conservador de Merkel e favorito para a suceder nas sondagens, Armin Laschet.
Laschet assegurou esforços ainda de "mobilização nacional para reparar os danos".
(Notícia atualizada às 8h09)
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