O Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau da China disse que os manifestantes violentos e a sua mentalidade “se ardermos, vocês ardem connosco” constituem um vírus político e um inimigo do princípio ‘um país, dois sistemas’, que garante alto grau de autonomia às duas regiões semiautónomas da China.
O Gabinete referiu os protestos do 1.º de maio e a descoberta de uma bomba suspeita pela polícia no fim de semana, numa altura em que os manifestantes voltam ao ativo, depois da pandemia do novo coronavírus.
O porta-voz avisou que, se a “violência” não parar, Hong Kong não terá paz, e que o Governo central não vai ficar “sentado a olhar” ao ser confrontado com “forças destrutivas”.
A antiga colónia britânica atravessou, no ano passado, a sua pior crise política desde a transferência da soberania para as autoridades chinesas, em 1997, com protestos diários, marcados por cenas de vandalismo e confrontos entre a polícia e os manifestantes.
Os protestos desapareceram em grande parte depois de o surto do novo coronavírus ter tornado os ajuntamentos públicos potencialmente perigosos em janeiro passado, mas voltaram a ser retomados em pequena escala, nas últimas semanas, após uma série de prisões de ativistas pró-democracia e tomadas de posição do Gabinete de Pequim na cidade para reforçar o seu papel de supervisão, em contradição com a miniconstituição local.
As regras que proíbem reuniões públicas de mais de quatro pessoas vão ser relaxadas e as empresas fechadas para impedir a propagação do vírus poderão reabrir no final desta semana.
Hong Kong não regista novas infeções locais desde meados de abril.
A economia de Hong Kong contraiu 8,9%, no primeiro trimestre, devido às medidas de distanciamento social adotadas pelos moradores e à queda no turismo, que atingiu o consumo.
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