“É completamente falso, e também desprezível, que a culpa esteja agora a ser transferida”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Wenbin, em conferência de imprensa.

“Aqueles que instigaram esta crise devem tomar medidas concretas para aliviar as tensões”, acrescentou, numa referência implícita aos Estados Unidos.

Segundo The New York Times (NYT), os serviços de inteligência ocidentais informaram que altos funcionários do Governo chinês tinham “algum nível de conhecimento sobre os planos ou intenções russas”, antes do início da agressão militar, que começou em 24 de fevereiro, quatro dias depois de os Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim terem terminado.

O Presidente chinês, Xi Jinping, recebeu, em 04 de fevereiro, o homólogo russo, Vladimir Putin, em Pequim. A declaração conjunta emitida depois do encontro indicava que a “amizade entre os dois Estados não tem limites e que não há áreas ‘proibidas’ de cooperação”.

Sem mencionar a Ucrânia, a declaração russo-chinesa opunha-se à expansão da NATO e às coligações que “intensificam a rivalidade geopolítica”, uma provável referência aos esforços do Presidente norte-americano, Joe Biden, para reforçar os laços com outras nações democráticas, perante a ascensão da China.

De acordo com autoridades britânicas citadas pelo The New York Times, esta declaração conjunta foi um sinal claro de apoio chinês, algo que Pequim teria recusado, se Putin ofuscasse os Jogos em Pequim com um ataque antes do encerramento.

O jornal ressalvou que as fontes não estão certas sobre o nível de liderança a que foram realizadas as conversas sobre a invasão.

Segundo uma fonte citada pelo jornal, os detalhes sobre o ataque não foram necessariamente discutidos entre Putin e Xi.

O jornal informou ainda que, segundo fontes do governo norte-americano, em meia dúzia de reuniões entre representantes de Washington e Pequim, incluindo uma com o embaixador chinês, horas antes do início da invasão, os responsáveis mostraram ceticismo, em relação a um possível ataque russo.

Segundo Pequim, a sua relação com Moscovo é a de “parceria estratégica”, mas isso não inclui “nem aliança, nem confronto”, nem “tem como alvo terceiros países”.

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