“Tomámos nota do que aconteceu e a China considera que é imperativo aplicar plena e eficazmente as resoluções da ONU”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, em conferência de imprensa.
“É necessário proteger eficazmente os civis e assegurar a assistência humanitária”, insistiu.
Mao Ning apelou ainda “a que se evite uma nova escalada do conflito”.
Nascido há 62 anos num campo de refugiados em Khan Yunis, uma cidade no sul da Faixa de Gaza, Yahya Sinouar passou 23 anos nas prisões israelitas antes de ser libertado em 2011, numa troca de prisioneiros.
Em 1987, quando eclodiu a Primeira Intifada, juntou-se ao Hamas, que acabava de ser fundado.
Foi eleito líder do grupo islamita no enclave em 2017, depois de ter criado a reputação de inimigo acérrimo de Israel, tendo estado ainda envolvido na criação do Majd, o serviço de segurança interna do Hamas.
A 06 de agosto passado, após o assassínio em Teerão do chefe do gabinete político do movimento, Ismail Haniyeh, Sinouar foi escolhido para ocupar a posição mais elevada na hierarquia do grupo palestiniano.
Yahya Sinouar representava a linha mais dura e beligerante do Hamas e era considerado por Israel o cérebro dos ataques de 07 de outubro de 2023 em território israelita, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas e 251 foram sequestradas.
Em julho passado, o grupo extremista Hamas (no poder em Gaza desde 2007) assinou um acordo em Pequim com outras organizações palestinianas, incluindo a rival Fatah, para trabalharem em conjunto em prol da “unidade nacional”, tendo a China descrito na ocasião o documento como um compromisso para governar Gaza em conjunto quando a guerra terminar.
A porta-voz chinesa disse hoje que “independentemente da evolução da situação, todas as fações palestinianas devem reforçar a sua unidade e a comunidade internacional deve dar-lhes um forte apoio”, e reafirmou que “a China sempre apoiou a reconciliação intra-palestiniana” como “fator importante para resolver a questão palestiniana com base na solução de dois Estados”.
Os signatários comprometeram-se a manter a aplicação destes acordos “para acabar com a divisão”, recordou ainda a porta-voz.
Pequim tem reiterado em várias ocasiões o seu apoio à “solução dos dois Estados [Israel e Palestina]”, manifestando a sua “consternação” perante os ataques israelitas contra civis em Gaza.
Os responsáveis chineses têm realizado várias reuniões com representantes de países árabes e muçulmanos para reafirmar esta posição ou tentar fazer avançar as negociações de paz.
Após o ataque do Hamas de 07 de outubro, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 42 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.
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