“Os desafios atuais do desenvolvimento: o papel da ciência, da tecnologia e da inovação” é o tema do evento que antecede a Assembleia-Geral das Nações Unidas, que vai decorrer entre 19 e 26 próximos em Nova Iorque, mas as reformas das instituições multilaterais vão ocupar também os debates.

Entre os mais de 30 chefes de Estado que confirmaram a presença em Havana, encontram-se os presidentes de Angola, João Lourenço, do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, de Moçambique, Filipe Nyusi, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste, Bendito Freitas, e representantes dos governos da quase totalidade dos Estados-membros da CPLP.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, abrirá a reunião, depois de, numa mensagem à cimeira do G77+China deixada esta semana, ter considerado “muito importante que os países em desenvolvimento lutem para garantir as transformações necessárias nos sistemas internacionais, de modo a criar condições para que possam enfrentar os desafios e recuperar o ímpeto do seu desenvolvimento”.

A cimeira dá particular visibilidade à diplomacia cubana — Cuba assume pela primeira vez a presidência “pro tempore” do Grupo G77+China -, que desde o início do ano tem colocado a ênfase do seu mandato na urgência da reforma do sistema financeiro multilateral.

Os países em desenvolvimento exigem o reforço da rede de segurança financeira global e um acesso maior e mais equitativo ao financiamento internacional em tempos de crise, nomeadamente através de emissões regulares de Direitos de Saque Especiais e outra das suas preocupações maiores é a questão da dívida.

Querem também alterações na governação do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, que permitam o reforço da sua participação nessas instâncias.

O G77 foi criado em 1964 no seio da ONU, no interior do grupo dos países Não-Alinhados, por 77 países em desenvolvimento. Hoje conta com 134 membros. A China, que não se considera membro do grupo, participa no G77 desde 1992.