Os dados mensais de exibição de cinema em Portugal, divulgados hoje pelo Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), revelam que em maio se contabilizaram 3,9 milhões de euros de receita, o que significa uma descida de 38,9% face a maio de 2023. Em termos de audiência mensal, somaram-se perto de 665 mil espetadores, com uma perda de 39,7% face a período homólogo.

Comparando com o mês de maio de anos anteriores, é preciso recuar até 2014 para encontrar valores tão baixos como os do mês passado, excluindo os anos 2020 e 2021 marcados pela pandemia da covid-19, com o encerramento das salas, em 2020, e o distanciamento a estabelecer restrições de público, em 2021.

Segundo as estatísticas do ICA, em maio de 2014, os filmes exibidos em salas portuguesas foram vistos por 683 mil espetadores, tendo sido obtida uma receita de 3,6 milhões de euros.

No passado mês de abril, as salas portuguesas de cinema já tinham registado 3,8 milhões de euros de bilheteira, um valor apenas comparável aos 3,6 milhões obtidos em abril de 2013.

Quanto a 2024, o mês de maio apresenta uma ligeira recuperação em relação ao mês anterior, com quase mais 32 mil espetadores e mais cem mil euros de receita. Maio e abril, no entanto, continuam como os piores deste ano para as salas portuguesas de cinema, tanto em audiência como em receitas, já que nos meses anteriores se somaram, em média mensal, respetivamente, perto de 896 mil espetadores e de 5,5 milhões de euros de bilheteira.

Em maio, o filme mais visto foi "O reino do planeta dos macacos”, com 96.193 espetadores e 601 mil euros de bilheteira.

O filme “Revolução (sem) sangue”, de Rui Pedro Sousa, estreado a 11 de abril, mantém-se como a produção portuguesa mais vista em sala, ao somar 20.353 espetadores até ao final de maio e perto de 112 mil euros de receita, no mesmo período.

A descida acentuada em abril e maio leva a uma quebra de 7,1% de receitas de bilheteira, para quase 24,5 milhões de euros, nos primeiros cinco meses do ano, comparando com os 26,3 milhões do mesmo período de 2023.

Em termos de audiência, há perda de 10% face a 2023, com 3,99 milhões de espetadores, em relação aos 4,43 milhões dos primeiros cinco meses do ano passado.

Este ano, a empresa Cinemundo lidera entre as distribuidoras cinematográficas, com 1,8 milhões de espetadores e 11,6 milhões de euros de receita de bilheteira, até 31 de maio, ocupando uma quota de quase 46% do mercado.

Na exibição, a liderança, no final do quinto mês, mantém-se com a NOS Lusomundo Cinemas, com 16,5 milhões de euros resultantes dos 2,6 milhões de bilhetes emitidos, o que representa 64% da quota de mercado do circuito comercial.

Das 530 salas do panorama nacional, 40,4% (214) pertencem à NOS Lusomundo Cinemas.