No discurso, de quase 45 minutos, com que encerrou o Conselho da Diáspora Portuguesa, no Palácio da Cidadela, em Cascais, Marcelo Rebelo de Sousa nunca usou as palavras “coletes amarelos” e falou genericamente dos problemas de “outros sistemas políticos europeus” que “felizmente” não são tão graves em Portugal, numa referência implícita aos fenómenos do populismo ou da extrema-direita.

“Se houvesse dúvidas, elas têm sido desmentidas todos os dias, todos os dias”, afirmou perante uma plateia de empresários e empreendedores portugueses da diáspora, mas também José Manuel Durão Barroso, ex-presidente da Comissão Europeia, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.

Os portugueses, afirmou, “não trocam a segurança da democracia pelo aventureirismo de experiências marginais e anti-sistémicas”.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, os portugueses habituaram-se a votar, a expressar-se com “liberdade de pensamento”, exprimindo-se através do sistema.

“O problema é outro. Os protagonistas políticos e sociais têm de olhar com mais atenção para o que mudou na sociedade portuguesa, na Europa e no Mundo”, disse.

Para Marcelo, o sistema político “tem que se reajustar” e estar atento a “movimentos inorgânicos que surgem, a novos desafios difíceis para a democracia”, tendo em conta “o mundo eletrónico e digital”, com “novas formas de expressão política”.