Os protestos em prol da causa palestiniana voltaram por um curto período nesta segunda-feira, em frente aos portões da universidade, perante forte presença policial, antes de os manifestantes se dirigirem ao Museu de Arte Metropolitano (MET), onde aconteceu a famosa Met Gala, um evento repleto de artistas do cinema e da música.
Diversas pessoas foram detidas, comprovaram jornalistas da AFP.
A direção de Columbia, que vive um dos momentos mais conturbados da sua história recente, anunciou que tinha decidido "desistir" da cerimónia de licenciatura, na qual eram esperados cerca de 15 mil alunos e respetivos familiares.
No dia 30 de abril, a tropa de choque da polícia entrou pela segunda vez na universidade em menos de uma semana para desalojar cerca de 30 estudantes que tinham ocupado um edifício administrativo, o Hamilton Hall, conhecido por ter abrigado protestos contra a guerra do Vietname.
Os agentes também desmantelaram um acampamento com dezenas de barracas instaladas nos jardins onde seria realizada a cerimónia. Apenas uma parte da estrutura tinha sido instalada e o silêncio era sepulcral.
A administração, "decidida a oferecer aos nossos alunos a celebração que eles merecem e desejam", anunciou que realizará "eventos escolares mais reduzidos" para os estudantes das suas 19 faculdades num remoto complexo desportivo no extremo norte de Manhattan.
Uma petição online para reverter essa decisão já tinha reunido 2.302 assinaturas ao final da tarde de segunda-feira.
"Cada um com quem conversei está incrivelmente chateado" com a decisão da administração de Minouche Shafik, a reitora de Columbia, disse à AFP Ally Woodard, estudante de 24 anos.
A administração "escolheu a opção mais preguiçosa possível", lamentou esta estudante de ciência política e relações internacionais, que se licencia na próxima quarta.
Hoje foi permitido o acesso a um grupo reduzido de jornalistas à instituição, fechada há quase uma semana. Apenas é permitido acesso aos estudantes que moram no interior do campus e ao pessoal docente e essencial da universidade.
Foram retirados cartazes colocados aos pés da escadaria dos jardins, que prometiam "honrar todos os nossos mártires" e mostravam os nomes de centenas de crianças palestinianas mortas pelas bombas israelitas, segundo os autores.
Para muitos estudantes americanos que concluíram o Ensino Secundário durante a pandemia da covid-19, esta será a segunda cerimónia do tipo que é cancelada devido a problemas externos.
Para os futuros licenciados, a vida académica "começou online por causa da covid-19. Agora, assistem às aulas online e nem sequer vão ter uma cerimónia de licenciatura. É realmente triste", declarou à AFP Nikolina Lee, estudante de economia em Columbia.
No centro dos protestos está a exigência de que as universidades "desinvistam" em ativos relacionados a Israel e em empresas que beneficiam da guerra.
Na Universidade de Michigan, uma cerimónia de licenciatura foi interrompida brevemente no sábado por manifestantes pró-Palestina que usavam o tradicional lenço branco e preto, kufiya, imortalizado pelo falecido líder palestiniano Yasser Arafat e que se transformou num símbolo dos protestos.
Os manifestantes dirigiram-se ao palco gritando: "Diretores, vocês não se podem esconder. Vocês estão a financiar o genocídio", segundo o The New York Times.
A luz verde das autoridades universitárias para a entrada da polícia para expulsar os manifestantes, muitos dos quais foram presos e suspensos, suscitou duras críticas entre os professores.
Para a Associação Americana de Professores Universitários, a resposta a "manifestações pacíficas" nos campus tem sido "inaceitável".
"A livre manifestação e a liberdade de expressão são essenciais" para os objetivos das instituições académicas como "o conhecimento, a conquista da verdade, o desenvolvimento dos estudantes e, em geral, o bem-estar da sociedade", afirmou a associação na rede social X.
A Associação Histórica Americana (AHA) instou "os administradores a reconhecerem o valor fundamental dos protestos pacíficos nos campus universitários", em uma declaração emitida nesta segunda e assinada por 17 organizações estudantis.
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