“Cada hora que passa aumenta o nosso problema”, declarou à Lusa o presidente da Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP), Luís Pedro Martins, revelando uma “grande preocupação” com a falta de combustível em várias bombas de gasolina do Norte.

A taxa de ocupação dos hotéis da região Norte para a quadra da Páscoa de 2019 situa-se acima dos 80%, com previsão de lotação esgotada em alguns concelhos e, por ser uma época “muito forte para o turismo”, o presidente da TPNP assume que a “principal preocupação” no território prende-se com a “mobilidade dos turistas”, designadamente com as ‘rent a car’ a não conseguirem abastecer os automóveis alugados pelos visitantes à região Norte.

“A situação começa a ficar preocupante, porque os turistas têm reservas de automóveis feitas e as ‘rent a cars’ começam a não conseguir abastecer os próprios carros” e, por outro lado, os turistas que se querem deslocar no território não têm garantias de ter combustível para viajar, explica Luís Pedro Martins.

As preocupações da falta de combustível estendem-se também aos autocarros, táxis e Uber da região, bem como às empresas relacionadas com os ‘transfers’ do aeroporto Sá Carneiro para os alojamentos, acrescenta aquele responsável.

Outra das inquietações do presidente da TPNP prende-se com o possível cancelamento de estadias dos turistas nas unidades hoteleiras da região.

“Esperamos que isso não venha a acontecer e espero que se encontre um entendimento entre as partes envolvidas nas próximas horas”, observa Luís Pedro Martins, reiterando que “cada hora que passa aumenta o problema”.

A greve dos motoristas de matérias perigosas, que começou às 00:00 de segunda-feira, foi convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), por tempo indeterminado, para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica.

Na terça-feira, gerou-se a corrida aos postos de abastecimento de combustíveis, provocando o caos nas vias de trânsito.

A Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro) informou hoje que não foi ainda retomado o abastecimento dos postos de combustível, apesar da requisição civil, e que já há marcas “praticamente” com a rede esgotada.

O primeiro-ministro admitiu hoje alargar os serviços mínimos e adiantou que o abastecimento de combustível está “inteiramente assegurado” para aeroportos, forças de segurança e emergência.

Na terça-feira, alegando o não cumprimento dos serviços mínimos decretados, o Governo avançou com a requisição civil, definindo que até quinta-feira os trabalhadores a requisitar devem corresponder “aos que se disponibilizem para assegurar funções em serviços mínimos e, na sua ausência ou insuficiência, os que constem da escala de serviço”.

No final da tarde de terça-feira, o Governo declarou a “situação de alerta” devido à greve, avançando com medidas excecionais para garantir os abastecimentos e, numa reunião durante a noite com a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) e o sindicato, foram definidos os serviços mínimos.

Militares da GNR estão de prevenção em vários pontos do país para que os camiões com combustível possam abastecer e sair dos parques sem afetarem a circulação rodoviária.

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