Só na capital, Bagdad, ocorreram 18 mortes, mas a comissão reconhece a existência de incidentes de grande violência noutras cidades do país, sobretudo no sul.

A contestação ao Governo de d’Adel Abdel Mahdi começou na terça-feira e está a ser organizada através das redes sociais, havendo denúncias da Amnistia Internacional (AI) de uso de armas letais pelas forças governamentais em operações de repressão.

Os manifestantes protestam contra a corrupção, o desemprego e a degradação dos serviços públicos.

A escalada nos protestos e na repressão policial levou o secretário-geral da ONU, António Guterres, a apelar para o diálogo entre o Governo e os manifestantes.

Guterres pediu medidas imediatas para diminuir a tensão e reafirmou que “a liberdade de expressão e os protestos pacíficos são um direito fundamental que deve ser respeitado”.

O Governo iraquiano decretou, entretanto, o estado de alerta e o recolher obrigatório na capital e em três províncias iraquianas: Nayaf, Bagdad (centro) e Maysan (sudeste).

O acesso à Internet está parcialmente bloqueado em todo o território. Apesar da declaração do recolher obrigatório pelo Governo, muitos continuaram a dirigir-se em direção à capital, transportados em camionetas.

Esta quinta-feira, o líder xiita iraquiano Moqtada Al-Sadr exigiu a demissão do Governo de d’Adel Abdel Mahdi e a marcação de eleições antecipadas.

“Para evitar mais derramamento de sangue no Iraque, o Governo deve demitir-se e devem realizar-se eleições antecipadas sob a supervisão da ONU”, disse o clérigo e antigo líder da milícia al-Mahdi, cujo braço político integra a atual coligação governamental.

Moqtada Al-Sadr foi o primeiro dirigente iraquiano a apoiar o movimento de contestação ao Governo, tendo pedido pediu aos seus apoiantes que organizem manifestações pacíficas, evocando o que aconteceu em 2016, quando os protestos contra a corrupção em Bagdad paralisaram o país.

RBF // HB

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