Às 15h00 de hoje as regras mudaram mais uma vez e a Área Metropolitana de Lisboa voltou a transformar-se numa bolha. Entrar ou sair deixou de ser permitido — mas, claro, existem exceções (e formas de essa viagem passar a ser permitida).
No que diz respeito à primeira categoria, existem 18 casos em que a passagem é válida: estão incluídas situações como motivos de saúde, urgências que não sejam possíveis de contornar, desempenho de funções profissionais, razões familiares ou até deslocações necessárias para sair do território nacional.
Além destas, o Governo apresentou ontem outras três formas de entrar ou sair da AML, traduzidas em três certificados possíveis: o que mostra que a vacinação está completa, o de recuperação da covid-19 ou ainda um teste negativo de despiste da doença.
Já que a vacinação ainda não chegou a toda a população — e é assunto para agendamento — e o atestado de recuperação também não está à mão de todos, resta aquela que é a forma mais fácil de conseguir passar o cerco, em caso de necessidade que não conste em nenhum das exceções: recorrer à zaragatoa e fazer um teste (mas não qualquer um, já que os autotestes estão excluídos desta medida, sendo necessário um resultado laboratorial para ser válido).
E a necessidade foi comprovada pelas farmácias, que registaram uma corrida aos testes. "É natural que hoje, por ser o primeiro dia em que o teste pode ser exigido para efeitos de circulação, se registe um pico de procura, que não foi prevista nem antecipada pelos próprios cidadãos", disse à agência Lusa Duarte Santos, da direção da Associação Nacional de Farmácias (ANF).
Assim, foram registadas filas de espera em algumas farmácias — uma situação que "deverá voltar ao normal nos próximos dias". Porém, apesar do aumento da procura, também o número de farmácias com o serviço disponível aumentou, muitas com horários alargados e profissionais destacados especificamente para tal.
Tal como nas farmácias, também os laboratórios de análises clínicas registaram uma maior procura nesta sexta-feira. Mas não foi só no dia de hoje: desde o final da semana passada que muitos deles voltaram a realizar 5.000 testes por dia depois de um período de acalmia, em que se realizavam cerca de 2.000 diariamente. Todavia, em nada este número se compara com o que aconteceu no pico da pandemia: no início deste ano chegaram a realizar 10.500 testes a cada dia.
Até às 6h00 de segunda-feira, as entradas e saídas vão, portanto, ser fiscalizadas pelas autoridades, para garantir que tudo corre como previsto. Artur Serafim, porta-voz do Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) da PSP, informou que o controlo policial vai incidir essencialmente junto das pessoas que pretendam entrar ou sair da AML de comboio, autocarro e também através do aeroporto, ressalvando que não estão abrangidos nesta fiscalização os turistas.
Ao contrário do que aconteceu a semana passada, em que a PSP direcionou as ações para a sensibilização, esta semana estará "mais numa atitude de fiscalização e de controlo". E também a GNR já anunciou que vai voltar a controlar a circulação de e para AML, estando "particularmente atenta" aos movimentes nos principais eixos rodoviários e ferroviários. Resta então levar a documentação necessário para conseguir quebrar os limites da bolha.
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