Oito viajantes terão a oportunidade de passar uma noite numa das maiores maravilhas da arquitetura antiga, considerada património da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), caso vençam o concurso que a empresa lançou em 11 mercados, e que não inclui Portugal.
O alojamento envolve a conversão de uma atalaia da Grande Muralha, monumento com 2.600 anos, em dupla habitação, com cama, decoração e iluminação por velas, mas sem eletricidade, ligação à internet, ar condicionado ou televisão.
Por lei, não é proibido pernoitar na Grande Muralha, mas o Airbnb assegura que é a primeira vez que se faz algo deste género.
No entanto, as leis que visam a proteção e conservação do monumento, que se estende ao longo de 21.000 quilómetros, proíbem a construção de instalações que não sejam para a conservação deste.
“A Grande Muralha é património histórico sob proteção, como é possível que permitam a sua conversão para alojamento”, reagiu um internauta na rede social Weibo, equivalente ao Twitter na China.
“Agora, até relíquias antigas podem ser alugadas para ganhar dinheiro”, questionou outro.
O Airbnb reagiu, entretanto, afirmando que a proteção de relíquias históricas e culturais foi a “intenção original” daquele concurso, que pede aos utilizadores um breve ensaio sobre o motivo pelo qual é importante para eles derrubar as barreiras entre culturas.
O prémio inclui ainda as viagens aéreas desde os países de origem até Pequim, os custos para obter o visto chinês e alimentação.
O Airbnb tem sido um fenómeno de popularidade na China, tendo registado 10 milhões de utilizadores chineses desde que a empresa iniciou o serviço em 2008, mas metade deles ocorreram só no ano passado. A acompanhar esta tendência, o número de listagens no país subiu 125%, com mais de 3,3 milhões de hóspedes em espaços chineses durante o último ano.
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