De acordo com o último relatório desta agência das Nações Unidas, os combates foram intensos durante os dois dias na cidade de Al Geneina, capital do estado de Darfur Ocidental, onde cerca de 700 pessoas foram mortas, uma centena de outras ficaram feridas e cerca de 300 estão desaparecidas.
Cerca de 3.000 pessoas foram obrigadas a deslocar-se para aldeias próximas de Al Geneina e outras 1.000 atravessaram a fronteira com o Chade, numa situação que a OIM descreveu como “tensa e imprevisível”.
De acordo com grupos humanitários sudaneses, nos primeiros dias de novembro, paramilitares e milícias árabes aliadas cometeram um massacre na localidade de Erdamta, perto de Al Geneina, depois de terem tomado o controlo desta zona do Darfur após a retirada do exército.
Em resposta a estes relatos, a missão das Nações Unidas no Sudão anunciou na quarta-feira que está a investigar “graves violações dos direitos humanos” perpetradas pelas FAR e pelas tribos árabes aliadas no Darfur Ocidental contra a comunidade Masalit, uma tribo africana do Sudão Ocidental e do Chade Oriental.
As FAR foram criadas a partir das milícias Janjaweed, acusadas de terem cometido um genocídio no Darfur no início deste século, e mantêm o seu reduto nesta conflituosa região ocidental do Sudão, onde reforçaram o seu controlo após terem tomado várias posições ao exército nos últimos meses.
O conflito entre o exército sudanês e as FAR teve início no passado dia 15 de abril, no quadro de um processo de integração dos paramilitares nas forças regulares, desencadeando uma guerra pelo controlo das forças armadas.
O conflito causou até agora cerca de 9.000 mortos e seis milhões de deslocados. Um número estimado de 25 milhões de sudaneses necessita urgentemente de ajuda humanitária, segundo as Nações Unidas.
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