O 40.º Congresso social-democrata que começa hoje, a consagração de Luís Montenegro como presidente do partido, é o quinto que o PSD realiza no Porto, sendo a segunda vez que o palco é o Pavilhão Rosa Mota, tendo a primeira neste espaço sido no XVI Congresso Nacional, que se realizou em 13, 14 e 15 de novembro de 1992, ou seja, há quase 30 anos.

A situação do partido nessa altura era bem diferente da atual, uma vez que o PSD – longe do poder desde 2015 - estava então no Governo com o seu presidente Aníbal Cavaco Silva no seu segundo e último mandato como primeiro-ministro, ambos conquistados com maioria absoluta.

O congresso do Pavilhão Rosa Mota de há três décadas acabou por ser o último de Cavaco Silva à frente dos destinos do PSD, substituído em 1995 por Fernando Nogueira depois de quase 10 anos na liderança social-democrata.

A reunião magna de 1992 serviu para preparar as eleições autárquicas do ano seguinte, mas foram as duras críticas ao então Presidente da República Mário Soares - cuja recandidatura a Belém tinha sido apoiada pelo PSD – que fizeram correr tinta.

No discurso de abertura do congresso, o então líder social-democrata pediu a Mário Soares um comportamento semelhante ao dos outros chefes de Estado da Europa.

“Respeitamos as competências dos outros órgãos, mas ninguém nos peça que fiquemos calados quando tentam interferir nas competências do Governo”, disse então Cavaco Silva, que criticou todos os que pretendiam “transformar uma magistratura de influência numa magistratura de interferência”.

As reações não se fizeram tardar e o PS, em declarações à agência Lusa pelo então presidente do partido e líder parlamentar Almeida Santos, mostrou-se “indignado” com o discurso de Cavaco Silva, acusando-o de “não respeitar as regras da democracia”.

Já a Presidência da República não quis comentar estas declarações do primeiro-ministro, mas soube-se então que este discurso “não caiu bem” no Palácio de Belém, o que não impediu Cavaco Silva de insistir nas mesmas críticas no dia seguinte.

Nas primeiras horas da madrugada dessa reunião magna do PSD, Sá Carneiro foi uma referência quase unânime dos congressistas, tendo-se destacado o na altura líder da JSD Pedro Passos Coelho pelas críticas ao projeto do novo programa do partido em discussão.

Pedro Passos Coelho afirmou que o novo texto não mobilizava o partido, mas “na sua essência” não o reprovava.

No entanto, nem só de PSD se fizeram as notícias do 13 de novembro de 1992, o primeiro dia do congresso do PSD, que ficou marcado pela confirmação da saída de Álvaro Cunhal do cargo de secretário-geral do PCP.

O 40.º Congresso do PSD, a consagração de Luís Montenegro como presidente do partido, começa esta noite e decorre até domingo no Pavilhão Rosa Mota, mas inicialmente tinha estado marcado para o Coliseu do Porto, tendo mudado de local devido às melhores condições do novo espaço que, entretanto, ficou disponível.

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