Apesar do risco de sofrer um veto da China e da Rússia, os EUA, que ocupam a presidência do Conselho de Segurança até ao final do mês, elaboraram um projeto de resolução que, entre outras medidas, vai restringir ainda mais as importações de petróleo de Pyongyang.
O documento pede uma redução, dos atuais quatro milhões de barris de petróleo para três milhões de barris, da quantidade que a Coreia do Norte pode importar legalmente a cada ano para uso civil.
A medida também vai reduzir as importações de petróleo refinado, de 500.000 para 375.000 barris e reforçar as sanções marítimas.
A resolução proibirá ainda as exportações norte-coreanas, incluindo relógios ou combustíveis minerais, assim como qualquer venda ou transferência para Pyongyang de tabaco e produtos derivados do tabaco.
O texto também poderá banir o fornecimento à Coreia do Norte de meios de informação e comunicação, prevendo sanções a empresas e indivíduos, incluindo a Haegumgang Trading Corporation, que terá assinado um contrato, no valor de seis milhões de dólares (5,6 milhões de euros), para fornecer a Moçambique mísseis terra-ar, radares e sistemas portáteis de defesa antiaérea.
A resolução congelaria ainda os ativos globais da Korea Namgang Trading Corporation, que envia trabalhadores norte-coreanos para o exterior para gerar rendimentos para o governo, e o grupo Lazarus, acusado de atividades cibernéticas para contornar as sanções internacionais.
O texto pretende adicionar à lista de sanções Kim Su-il, o suposto representante no Vietname do Departamento da Indústria de Munições norte-coreano, responsável pelo desenvolvimento dos mísseis balísticos do Norte.
A proposta deverá enfrentar a oposição da China e Rússia, vizinhos da Coreia do Norte, que disseram numa reunião do Conselho de Segurança, em 11 de maio, que queriam ver novas negociações e não mais punições para Pyongyang.
“Não achamos que uma resolução proposta pelos EUA possa resolver qualquer problema”, disse a missão da China na ONU, em comunicado na quarta-feira à noite.
Poucas horas antes, a Coreia do Norte testou, num curto espaço de tempo, três mísseis, entre os quais um presumível míssil balístico intercontinental.
Os testes ocorreram horas depois da partida da região do Presidente norte-americano, Joe Biden, que visitou a Ásia, em particular, para reafirmar o apoio a Seul e a Tóquio, perante a ameaça nuclear de Pyongyang.
Os lançamentos elevam para 18 o número total de testes deste tipo realizados este ano pelo regime norte-coreano e, segundo Seul, incluíram o de um míssil balístico intercontinental (ICBM) que poderá ser o Hwasong-17, um novo modelo norte-coreano considerado entre os maiores do mundo do seu tipo.
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