"Uma vitória para o MPLA em Angola nas próximas eleições está a aparecer cada vez mais provável, cimentando o caminho para mais do mesmo em termos da política económica do país", escrevem os analistas.
Na análise do terceiro trimestre ao país, a que a Lusa teve acesso, os analistas desta consultora do Grupo Fitch escrevem ainda que "apesar de não se poder excluir a possibilidade de instabilidade social por alturas do voto, uma oposição fraca significa que qualquer descontentamento público com o partido no poder não deve levar a qualquer alteração significativa no boletim de voto".
A sucessão de José Eduardo dos Santos, que deixa o poder em Angola ao fim de quase 38 anos na Presidência, "pode não correr suavemente", alertam os analistas, que dizem que um dos principais riscos para o país é "a população levar a cabo protestos regulares e a violência escalar ao ponto de destabilizar o ambiente de negócios".
Outros dos riscos, concluem, "é os preços do petróleo não recuperarem, colocando pressão acrescida na taxa de câmbio oficial; as desvalorizações da moeda pelo Governo aumentariam os custos da dívida externa, aumentando o risco de incumprimento financeiro ['default', no original em inglês]".
A campanha eleitoral do MPLA está a ser liderada por João Lourenço, cabeça-de-lista e que concorre à eleição, por via indireta, para Presidente da República. João Lourenço foi dispensado pelo chefe de Estado das funções de ministro da Defesa, para se dedicar igualmente à atividade partidária.
Angola vai realizar eleições gerais a 23 de agosto deste ano, com seis formações políticas concorrentes - MPLA, UNITA, CASA-CE, PRS, FNLA e APN - contando com 9.317.294 eleitores em condições de votar.
A CNE constituiu 12.512 assembleias de voto, que incluem 25.873 mesas de voto, algumas a serem instaladas em escolas e em tendas por todo o país, com o escrutínio centralizado nas capitais de província e em Luanda.
Nas eleições gerais são eleitos o parlamento, o Presidente da República e o vice-Presidente.
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