"O encontro é de grande importância para promover o intercâmbio e cooperação judicial entre a China e outras nações", escreveu Xi numa carta citada pela agência noticiosa oficial Xinhua.

"O encontro vai ajudar no desenvolvimento de um ambiente legal favorável e na construção de uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade", disse Xi.

O presidente do Tribunal Supremo de Justiça de Portugal, António Henriques Gaspar, esteve presente no encontro, assim como os seus homólogos da China, Angola, Brasil, Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial, Moçambique e São Tome e Príncipe.

Na ocasião o juiz português afirmou hoje que é a "altura certa para construir uma base de cooperação e intercâmbio" entre os sistemas judiciais dos países de língua portuguesa e da China.

"Portugal está disposto a avançar com o diálogo mútuo e partilha de informação com a China", afirmou o responsável português, segundo um comunicado difundido pelo Tribunal Supremo Popular da China.

Apresentando pelas autoridades chinesas como um novo mecanismo de cooperação e intercâmbio entre a China e os países de língua portuguesa no domínio judicial, o fórum surge numa altura em que Pequim procura maior entrosamento com as autoridades estrangeiras, visando garantir o sucesso da "Nova Rota da Seda".

Lançada em 2013, pelo Presidente chinês, Xi Jinping, aquela iniciativa consiste num gigantesco projeto de infraestruturas que visa reativar as antigas vias comerciais entre a China e a Europa através da Ásia Central, África e Sudeste Asiático.

"O fórum servirá como uma nova plataforma e irá abrir um novo capítulo nos intercâmbios e comunicação no domínio jurídico", afirmou Zhou Qiang, presidente do Tribunal Supremo Popular da China, num comunicado difundido por aquele organismo.

"O Tribunal Supremo Popular da China está disposto a ter uma cooperação mais prática com os países de língua portuguesa no estudo de casos, treino de juízes, partilha de informação, proteção dos direitos de propriedade intelectual e combate contra crimes transnacionais", disse.

Segundo a Xinhua, que não avança com mais detalhes, o tema do fórum é a governança do ciberespaço.

A China defende o direito de cada país de controlar o seu ciberespaço e tem uma das redes mais fechadas do mundo, bloqueando vários portais estrangeiros e alguns serviços de "gigantes" do setor, como o Facebook, Google ou Twitter.