“Permitam-me dar uma palavra especial de solidariedade a todas e a todos aqueles que integram a comunidade portuguesa na Venezuela pelas dificuldades que tem passado nestes últimos anos”, afirmou na abertura do I Congresso Mundial de Redes da Diáspora Portuguesa, no Porto, que conta também com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
O chefe do Governo lembrou o “grande esforço” que as autoridades portuguesas, designadamente o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, têm feito num “contexto muitíssimo difícil” para manter o essencial, ou seja, a segurança dos portugueses.
“O essencial é garantir, mesmo a esta distância, que Portugal está cá para garantir a segurança dos portugueses, estejam eles onde estiverem”, referiu.
O primeiro-ministro recordou como as “convulsões políticas” na Venezuela têm perturbado a segurança, o futuro e o trabalho de uma vida inteira entre a comunidade portuguesa.
Segundo dados do Governo, estão registados nos consulados da Venezuela cerca de 180.000 portugueses, mas estima-se que o total de portugueses e lusodescendentes no país possa ultrapassar os 300 mil.
A Venezuela atravessa uma grave crise económica e social, encontrando-se num impasse político desde janeiro deste ano, quando Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional, se autoproclamou Presidente interino, alegando falta de legitimidade de Nicolás Maduro, reeleito em 2017.
As “vicissitudes políticas” trouxeram também a “angústia e a incerteza” aos compatriotas que residem no Reino Unido devido ao ‘brexit’.
“E, nesse sentido, tem sido muito importante o trabalho que, para além do quadro das negociações entre a União Europeia e o Reino Unido, temos estabelecido diretamente de uma relação bilateral com as autoridades britânicas”, salientou.
Costa revelou que na sexta-feira o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas assinou com a Câmara de Londres um acordo de apoio específico à comunidade portuguesa e às suas necessidades.
“Também aqui nós temos de dizer que estamos sempre presentes. É nos momentos de grande dificuldade que a palavra solidariedade ganha importância e maior sentido”, acrescentou.
Segundo os dados do Governo, mais de 69 mil portugueses pediram já o estatuto de residente no Reino Unido, devido à saída daquele país da União europeia, e foi-lhes concedido.
O primeiro-ministro realçou também hoje que os últimos anos têm demonstrado como as alterações climáticas têm aumentado os riscos de catástrofe e, como muitas vezes, tem sido necessário acorrer às comunidades portuguesas, lembrando as vítimas da catástrofe nas Caraíbas.
Tem sido consensual na vida política portuguesa, desde os momentos fundadores até hoje, que a política das comunidades portuguesas é um eixo central da política externa, vincou.
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