Em declarações aos jornalistas em Sófia (capital da Bulgária), onde participou na Cimeira UE-Balcãs, o primeiro-ministro português revelou a existência de “uma grande convergência de pontos de vista” entre os 28 relativamente às decisões de Donald Trump de ‘rasgar’ o acordo nuclear iraniano e de aplicar taxas alfandegárias às importações de aço e alumínio.

“Sente-se que a Europa está a reagir. A pior coisa que poderia acontecer era a Europa romper uma aliança ou então ter uma atitude submissa relativamente a um parceiro com o qual se tem de relacionar de igual para igual. Aquilo que eu acho que foi positivo ter acontecido ontem [quarta-feira] foi ao nível dos 28 não ter havido fraturas, nem divergências quanto ao essencial, e ter sido possível tomar uma posição conjunta”, salientou.

António Costa reportava-se ao jantar informal de quarta-feira, no qual os chefes de Estado e de Governo do bloco comunitário discutiram o acordo nuclear do Irão, e as taxas alfandegárias norte-americanas às importações de aço e de alumínio.

“Se pensarmos que há um ano estávamos a recear pelo futuro da Europa depois do ‘Brexit’ [saída do Reino Unido da União Europeia], um ano depois, ainda com o Reino Unido, conseguirmos uma frente comum face à pressão dos Estados Unidos e à sua ação no Irão e relativamente à política comercial com a Europa, é um sinal positivo”, frisou.

O primeiro-ministro disse que o acordo nuclear com o Irão é para “continuar a cumprir”, e indicou que, em relação aos Estados Unidos, a postura da UE é a de manter “uma atitude de diálogo que deve existir entre parceiros, amigos e aliados”, ao mesmo tempo que afirma “claramente” a necessidade de não aceitar medidas unilaterais que atinjam diretamente a economia e as empresas europeias.

O governante admitiu ainda que, caso a administração norte-americana decida reverter a isenção da UE às taxas alfandegárias às importações de aço e alumínio, haverá “seguramente” empresas portuguesas afetadas.

“Aquilo que estamos a procurar seja que todas tenham as medidas necessárias para que não sejam atingidas pelas sanções”, completou.

O Presidente Donald Trump anunciou na semana passada que os Estados Unidos abandonam o acordo nuclear assinado em 2015 entre o Irão e o grupo 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança - Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido – e a Alemanha).

A chefe da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, vincou a determinação da Europa de cumprir o acordo, que permitiu o levantamento gradual das sanções económicas e financeiras internacionais ao Irão em troca do compromisso de Teerão de limitar o seu programa nuclear a fins civis.

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