“O direito de manifestação é um direito constitucional que existe em Portugal, faz parte da nossa vida democrática e em liberdade, exercido no respeito pelas regras do Estado de direito. Portanto, aquilo que é legítimo esperar, como é, aliás, tradicional em Portugal, é que as manifestações existam, como existem quase todos os dias no nosso país, e que decorram com a calma, a tranquilidade e o respeito pela legalidade, como também é tradição. E é assim que espero que aconteça no dia 21”, disse António Costa à imprensa.
“Aquilo que me compete assegurar, como primeiro-ministro, é, primeiro, que quem se quer manifestar tenha a liberdade de se manifestar e, em segundo lugar, que a manifestação decorra nos termos estritos da legalidade”, sublinhou o primeiro-ministro.
Desde 17 de novembro, e durante cinco sábados consecutivos, correram mundo as imagens de violência dos protestos do movimento dos “coletes amarelos”, nascido em França contra o aumento do preço dos combustíveis e que acabou por se transformar num movimento de contestação à escala nacional, mobilizando, via redes sociais, centenas de milhares de pessoas em todo o país.
Segundo a Amnistia Internacional, seis pessoas morreram e 1.407 ficaram feridas durante os protestos, 46 das quais com gravidade.
Veículos incendiados e monumentos vandalizados, pilhagens, confrontos e detenções foram cenários habituais durante essas cinco jornadas de contestação social em França, e não houve reforço de dispositivo policial que travasse a ira dos manifestantes.
Em Portugal, a PSP já anunciou que vai estar de prevenção na próxima sexta-feira, antecipando "manifestações de grande dimensão em todo o país", razão pela qual suspendeu mesmo as folgas marcadas pelos efetivos.
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