Hoje, num discurso que durou cerca de 20 minutos, no início da reunião da Comissão Nacional do PS, que decorre em Lisboa, o primeiro-ministro, António Costa, não deixou de fazer referência à situação que o país enfrenta em matéria de incidência da covid-19.

Assim, relembrou que “é fundamental termos todos a consciência que esta pandemia não acabou e não acabará enquanto não houver uma vacinação total, ou a descoberta de um medicamento eficaz para a eliminação da covid-19”. Reforçando a mensagem de alerta, salientou que o desconfinamento vai depender da forma como os cidadãos gerirem as próximas semanas e que esta "não é altura de baixar a guarda".

"Não é altura de facilitismos ou de andar a dizer que o sol está maravilhoso e vamos todos aproveitá-lo, porque o vírus continua a andar por aí", lembrou, fazendo também uma alusão à situação epidemiológica de vários países europeus que se encontram em situação de regressão e a implementar novos confinamentos.

No entanto, mesmo perante os alertas que têm sido feitos, hoje Lisboa foi palco de uma manifestação contra o confinamento, à semelhança do que ocorreu na Alemanhana Suíça, entre outros países da Europa. A maioria dos manifestantes, negacionistas, estavam sem máscara e não cumpriam o distanciamento social.

Já no papel de secretário-geral do PS, António Costa lembrou que as autárquicas são essenciais para o partido e partiu ao ataque:

Traçando uma linha de demarcação, de um lado o PS e do outro lado o PSD e CDS-PP, sustentou que "há uma diferença absoluta" em relação à maneira como cada uma destas forças políticas se apresenta ao país e às eleições autárquicas, acusando a oposição de encararem estas eleições como "uma jogada política" ao anunciar uma coligação "sem uma única ideia" e apenas com o objetivo de enfraquecer o Governo.

"Ainda esta semana, vimos os líderes do PSD e do CDS-PP juntarem-se a anunciarem uma grande coligação. Mas uma coligação para quê? Para servir Portugal e responder aos problemas dos portugueses? Não, eles disseram que a grande coligação só tinha o objetivo de atacar o PS e enfraquecer o Governo", afirmou.

Ainda no tema das autárquicas, o CDS-PP hoje juntou-se aos que defendem que as eleições deveriam realizar-se em dois dias consecutivos e não em dois fins de semana seguidos, como sugeriu o ministro da Administração Interna, mas admitiu que a decisão seja tomada no verão.

Numa intervenção no arranque do Conselho Nacional para discutir e votar os regulamentos para as eleições autárquicas, o presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, anunciou ainda que será candidato nas próximas eleições autárquicas, existindo uma "forte probabilidade" de encabeçar uma lista à Assembleia Municipal de Oliveira do Hospital.

Já o Iniciativa Liberal anunciou Bruno Horta Soares como o novo candidato do partido para encabeçar a lista à Câmara de Lisboa, substituindo Miguel Quintas que saiu da corrida “por motivos pessoais”. Além das novidades em Lisboa, o partido assumiu ainda que tem havido contactos com Rui Moreira para a Câmara do Porto.

Este ano, os cidadãos têm de escolher a configuração de executivos municipais, assembleias locais e juntas de freguesia, mas há ainda dúvidas sobre candidatos e até mesmo sobre as datas. Resta-nos esperar para descobrir como será mais um momento eleitoral em tempo de pandemia.